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Programa só checa 50% de crianças na escola
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Bolsa-Família, um ano e quatro meses depois de seu lançamento oficial no Palácio do Planalto, só conseguiu obter o relatório de freqüência escolar de 50,8%
das crianças beneficiadas pelo
programa entre outubro e novembro de 2004.
A contrapartida das famílias beneficiadas com a transferência de
renda está prevista na lei do programa. O assunto gerou polêmica
no ano passado, quando o ministro do Desenvolvimento Social,
Patrus Ananias, reconheceu que o
acompanhamento não vinha sendo feito. No final do ano, o governo apresentou um calendário para a divulgação dos dados.
Ontem, saíram os primeiros resultados referentes a outubro e
novembro. Dos 6,301 milhões de
alunos que tiveram o relatório
apresentado pelos municípios,
277.387 (4,4%) ainda não cumpriram a freqüência mínima de 85%
nas aulas, como estabelece a lei do
Bolsa-Família.
Isso poderia acarretar a suspensão ou o cancelamento do pagamento do benefício.
Porém, a secretária interina de
Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social,
Lúcia Modesto, informou que antes do final do ano nenhuma família terá o benefício cancelado
pelo governo caso não cumpra a
contrapartida.
Primeiro elas serão advertidas
para que os filhos freqüentem as
aulas, depois podem ter o pagamento bloqueado temporariamente e, por fim, um bloqueio ordinário, antes do cancelamento.
"Não buscamos a punição, mas
sim um resultado efetivo. Queremos trazer e garantir a permanência da criança na escola. Por isso
precisamos trabalhar essas fases",
disse a secretária.
Outros 6,091 milhões de crianças beneficiadas pelo Bolsa-Família ficaram de fora do levantamento porque 1.689 municípios
não enviaram as informações ao
governo federal.
O novo prazo para mandar os
relatórios do primeiro trimestre
deste ano é entre 4 de abril e 25 de
maio. Depois disso, as prefeituras
que não cumprirem a medida podem ficar sem ter como solicitar
recursos ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) para R$ 300 milhões disponíveis para projetos de alfabetização e educação básica (transferência voluntária).
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