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Carta pede união entre esquerda petista e PSOL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A carta dos dirigentes da
Quarta Internacional defende
que setores da esquerda petista
se juntem a dissidentes que formaram o PSOL contra a política
econômica vigente.
"[É preciso] engajar o diálogo
entre as correntes de esquerda
no interior do PT e as pequenas
forças independentes como o
PSOL. Uma complementaridade poderia então se estabelecer
entre a esquerda crítica dentro e
fora do PT, evitando os ataques
recíprocos e respeitando as opções táticas respectivas", afirma
o texto. A carta diz que o PSOL
se constituiu como um ato de
"legítima defesa, que tem sem
dúvida uma possibilidade de desenvolvimento".
"Entretanto, mesmo se puder
vir a organizar uma campanha
significativa em 2006, o PSOL está longe de representar, no estado atual, uma alternativa credível ao PT, mesmo a um PT cada
vez mais burocratizado e corrompido", ressalva o texto. Dentro da cúpula petista, a sugestão
de que a esquerda petista possa
se unir a outro partido contra o
governo é explosiva. Um integrante da Executiva do partido
disse que isso equivale a abrir
uma dissidência, que não será
tolerada.
Mesmo entre os radicais do
partido, procede-se com extrema cautela à idéia. "Uma colaboração na esfera dos movimentos
sociais entre simpatizantes da
esquerda do PT e o PSOL contra
a política econômica já vem
ocorrendo. Mas no nível parlamentar, por exemplo, é impensável. Nossa luta é dentro do
PT", diz o deputado federal Ivan
Valente (PT-SP). Já o deputado
federal Walter Pinheiro (PT-BA)
considera a sugestão "anacrônica". "Colaborar com o PSOL seria um ato grave de infidelidade
partidária e não estamos dispostos a levar isso adiante."
O texto da Quarta Internacional afirma ainda que passou a fase em que a responsabilidade pela política econômica podia ser
debitada exclusivamente na
conta do ministro da Fazenda,
Antonio Palocci, e do presidente
do Banco Central, Henrique
Meirelles. "O que há é claramente uma orientação política do
governo, com as decisões ditas
"econômicas" definindo as restrições orçamentárias e condicionando o conjunto da política seguida."
(FZ E ES)
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