São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Carta pede união entre esquerda petista e PSOL

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A carta dos dirigentes da Quarta Internacional defende que setores da esquerda petista se juntem a dissidentes que formaram o PSOL contra a política econômica vigente.
"[É preciso] engajar o diálogo entre as correntes de esquerda no interior do PT e as pequenas forças independentes como o PSOL. Uma complementaridade poderia então se estabelecer entre a esquerda crítica dentro e fora do PT, evitando os ataques recíprocos e respeitando as opções táticas respectivas", afirma o texto. A carta diz que o PSOL se constituiu como um ato de "legítima defesa, que tem sem dúvida uma possibilidade de desenvolvimento".
"Entretanto, mesmo se puder vir a organizar uma campanha significativa em 2006, o PSOL está longe de representar, no estado atual, uma alternativa credível ao PT, mesmo a um PT cada vez mais burocratizado e corrompido", ressalva o texto. Dentro da cúpula petista, a sugestão de que a esquerda petista possa se unir a outro partido contra o governo é explosiva. Um integrante da Executiva do partido disse que isso equivale a abrir uma dissidência, que não será tolerada.
Mesmo entre os radicais do partido, procede-se com extrema cautela à idéia. "Uma colaboração na esfera dos movimentos sociais entre simpatizantes da esquerda do PT e o PSOL contra a política econômica já vem ocorrendo. Mas no nível parlamentar, por exemplo, é impensável. Nossa luta é dentro do PT", diz o deputado federal Ivan Valente (PT-SP). Já o deputado federal Walter Pinheiro (PT-BA) considera a sugestão "anacrônica". "Colaborar com o PSOL seria um ato grave de infidelidade partidária e não estamos dispostos a levar isso adiante."
O texto da Quarta Internacional afirma ainda que passou a fase em que a responsabilidade pela política econômica podia ser debitada exclusivamente na conta do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. "O que há é claramente uma orientação política do governo, com as decisões ditas "econômicas" definindo as restrições orçamentárias e condicionando o conjunto da política seguida." (FZ E ES)

Texto Anterior: Leme vermelho: Quarta Internacional orienta Rossetto
Próximo Texto: Orçamento 2005: Aumento de gasto obrigatório leva a corte
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.