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Partidos se unem contra veto a doação oculta
Oposição e governo reagem à decisão do TSE de proibir modalidade de repasse de recursos que mantinha em sigilo o nome do doador
Líder governista, o petista Cândido Vaccarezza disse que a Câmara poderá votar projeto de lei para tentar reverter a polêmica medida
MARIA CLARA CABRAL
ANA FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Oposição e governo reagiram
com discurso semelhante à
aprovação pelo TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) da medida
que obriga os partidos a detalhar a origem e o destino das
doações recebidas em ano eleitoral. DEM, PT e PTB criticaram a regra que impede as chamadas doações ocultas.
"As doações feitas ao partido
fortalecem a democracia. Vamos cumprir o que for estabelecido, mas é uma visão equivocada da Justiça Eleitoral", afirmou Rodrigo Maia (RJ), presidente nacional do DEM.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a Casa pode votar
um projeto de lei para reverter
a medida do tribunal. "A decisão do TSE não tem base constitucional, pois está previsto na
lei que pode ter doação para
partidos. Todos entendem que
os mandatos são do partido,
portanto as doações também
deveriam ser", disse.
Para Roberto Jefferson (RJ),
presidente do PTB, a "Justiça
não tem que se meter" na decisão sobre o destino do dinheiro
recebido pelo partido.
Flávio Dino (PC do B-MA) foi
um dos que se manifestaram a
favor da nova regra. "Acho que
foi um grande avanço."
Pré-candidato à Presidência
pelo PSB, o deputado Ciro Gomes (CE) se manifestou a favor
da medida: "Sou favorável à
transparência radical."
A resolução do TSE abre a
possibilidade de restringir, mas
não acaba com as doações ocultas. A mudança determina que
doações feitas aos partidos ou
comitês de arrecadação sejam
identificadas quando forem repassadas aos candidatos. Atualmente, o dinheiro doado ao
partido ou comitê vai para um
caixa único e depois é repassado, sem permitir que a origem
seja identificada.
A brecha para duas outras
formas de doação oculta, entretanto, permanece. O partido
pode utilizar o dinheiro doado
para custear a sua máquina e
repassar para o candidato verba de outras fontes, como a do
Fundo Partidário. E as empresas ainda podem doar por meio
de associações, o que também
as livra de aparecer na prestação de contas.
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