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Requerimento no Senado segue com 25 nomes
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A expectativa da oposição de
conseguir no Senado as 27 assinaturas necessárias à criação da CPI
da corrupção reacendeu ontem
temporariamente com a declaração do senador Amir Lando
(PMDB-RO) de que assinará o
pedido se faltar apenas um apoio.
Mas, como formalmente Lando
não assinou e a oposição ainda
não convenceu nenhum outro senador, o dia terminou sem avanços: faltam dois dos 27 apoios.
Lando não escondeu seu constrangimento ao se encontrar com
o líder do bloco da oposição, senador José Eduardo Dutra (PT-SE), que pedia sua assinatura.
Lando admitiu um "dilema":
não quer ser responsabilizado pela não instalação da CPI, mas acha
o requerimento amplo demais.
Além disso, Lando diz não querer o desgaste político do apoio à
CPI inutilmente, sem que haja
reais condições para ela. Ou seja,
ele só concorda em ser o último
senador a assinar o requerimento.
Líderes governistas procuraram
não mostrar preocupação com as
declarações de Lando, ainda que
de forma reticente. José Roberto
Arruda (PSDB-DF), líder do governo no Senado, disse que mais
nenhum senador assinará a CPI.
O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), disse que a posição
de Lando era esperada e não
afrontava a decisão da bancada.
"O partido não fechou questão.
Esse assunto não é estatutário,
programático", disse. Ele e Arruda, porém, tentaram convencer
Lando a não defender a CPI.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) também passou por um constrangimento público em razão da CPI.
O líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA), com outros deputados da oposição, cobrou de
ACM que determine aos deputados que seguem sua orientação
política -os chamados "carlistas"- que assinem o pedido.
Na Câmara, segundo Pinheiro,
há 144 das 171 assinaturas necessárias. Embora tenha dado seu
apoio pessoal e tenha sido acompanhado pelos dois senadores do
PFL da Bahia (Paulo Souto e Waldeck Ornélas), ACM diz que os
deputados irão assinar aos poucos, segundo suas determinações.
"Eles (a oposição) me fizeram
sofrer muito nas eleições para
presidente do Senado. Tenho de
descontar pelo menos a metade
agora", disse ACM.
Pinheiro entregou a ACM uma
lista de 15 deputados ligados ao
senador (14 do PFL e um do PTB)
para que sejam convencidos a assinar, mas saiu sem garantias.
"Se eles não assinarem, eu vou
ter de dizer na Bahia que o ACM
na verdade não quer a CPI ou que
não comanda mais a tropa", disse
Pinheiro ao senador. "Prefiro que
diga que não comando a tropa",
respondeu ACM.
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