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Arsenal dos sem-terra inclui pedras e cobras
DA ENVIADA A URUANA DE MINAS
Os sem-terra que invadiram a fazenda do embaixador Paulo Tarso Flecha de
Lima prepararam um "esquema de resistência": lanças e paliçadas de bambu,
pedras do riacho da propriedade e até cobras venenosas.
As armas foram fabricadas
ontem, enquanto sem-terra
empoleirados em árvores
em volta do acampamento
observavam a polícia.
O esquema foi testado pela
manhã. Com a aproximação
de oito policiais, homens e
mulheres saíram do mato,
com as lanças de bambu e
pedaços de pau, correndo e
gritando. Os policiais se
afastaram.
No final do dia, quando
fracassaram as negociações
entre os acampados e dois
enviados do governador de
Minas Gerais, Itamar Franco, o esquema estava pronto.
Havia barricadas de sem-terra nas duas principais entradas do acampamento. Alguns homens continuavam
em cima das árvores e outros
circulavam pela fazenda, numa ação semelhante à dos
policiais, que observavam os
sem-terra do alto de um
morro.
Em reuniões ao longo do
dia, o MST avaliava a situação. No final da tarde, um
dos líderes do acampamento, o assentado de Buritis
Jorge Almeida Xavier admitiu "risco iminente de conflito". O clima era de tensão.
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