São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2001

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Arsenal dos sem-terra inclui pedras e cobras

DA ENVIADA A URUANA DE MINAS

Os sem-terra que invadiram a fazenda do embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima prepararam um "esquema de resistência": lanças e paliçadas de bambu, pedras do riacho da propriedade e até cobras venenosas.
As armas foram fabricadas ontem, enquanto sem-terra empoleirados em árvores em volta do acampamento observavam a polícia.
O esquema foi testado pela manhã. Com a aproximação de oito policiais, homens e mulheres saíram do mato, com as lanças de bambu e pedaços de pau, correndo e gritando. Os policiais se afastaram.
No final do dia, quando fracassaram as negociações entre os acampados e dois enviados do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, o esquema estava pronto.
Havia barricadas de sem-terra nas duas principais entradas do acampamento. Alguns homens continuavam em cima das árvores e outros circulavam pela fazenda, numa ação semelhante à dos policiais, que observavam os sem-terra do alto de um morro.
Em reuniões ao longo do dia, o MST avaliava a situação. No final da tarde, um dos líderes do acampamento, o assentado de Buritis Jorge Almeida Xavier admitiu "risco iminente de conflito". O clima era de tensão.



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