DA REDAÇÃO

Sindicatos ligados à Força Sindical, entidade dirigida por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, são acusados de usar comissões de conciliação entre empregadores e trabalhadores para favorecer empresas, lesar trabalhadores e arrecadar recursos para a central.
As CCPs (Comissões de Conciliação Prévia), nas quais os trabalhadores são representados pelos seus sindicatos, que negociam com os empregadores, deveriam servir apenas para resolver conflitos trabalhistas. Na prática, negociam até direitos trabalhistas previstos na Constituição (como FGTS, férias etc.), em homologações de rescisão de trabalho -que, por lei, só são permitidas às Delegacias Regionais de Trabalho e sindicatos de categoria.
Trabalhadores que procuram a Justiça alegam que os acordos chegam prontos para eles assinarem. No desespero de receberem qualquer valor, fecham negócio sem saber que o acerto dá por encerradas todas as pendências trabalhistas.
Advogados trabalhistas dizem que essas práticas são fraudulentas. Denúncias de uso irregular das CCPs foram feitas ao Tribunal Superior do Trabalho. A Força Sindical não é a única entidade de representação envolvida.
A Folha teve acesso à proposta de um empresário para implantação de CCPs no Nordeste. O acordo envolve a diretoria da Força Sindical na região e prevê a cobrança de 20% do valor bruto arrecadado por conciliação. Do total arrecadado, um terço iria para o caixa da diretoria da central.
Paulinho, presidente da entidade, nega que a central esteja usando as comissões para arrecadar recursos. Diz que vai investigar quem está usando o nome da Força para cobrar parcelas do valor dos acordos na conciliação.
No ano passado, Paulinho havia sido acusado de desviar recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) -destinados, por exemplo, a programas de requalificação profissional- recebidos pela Força. O sindicalista negou as acusações.



Texto Anterior: Rumo às Eleições: Frente Trabalhista sabatina Paulinho para vice de Ciro
Próximo Texto: Presidenciável diz que negocia com o PMDB
Índice