São Paulo, terça-feira, 04 de junho de 2002

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CAMPANHA NA TV

CIRO

Candidato aparece, mas 'áudio' é de Brizola

RENATA LO PRETE
DA REPORTAGEM LOCAL

Como havia sido antecipado por integrantes da campanha, Ciro Gomes entrou mudo e saiu calado dos programas estaduais do PDT, exibidos na noite de ontem.
Ficou ao lado de Leonel Brizola enquanto este pregava a "união trabalhista" e descrevia o pré-candidato do PPS à Presidência como "alguém com quem o povo brasileiro está contando em uma hora de aflições". Sorriu apenas uma vez, ao cumprimentar o dirigente pedetista no final do discurso.
A aparição, que ocupou o trecho final dos 20 minutos de programa, cumpriu o papel de encerrar um jejum de TV gratuita que diferenciava Ciro dos adversários -todos a esta altura com um bom estoque de minutos no ar.
Mas foi limitada pela necessidade de escapar da vigilância de campanhas rivais, em especial a do tucano José Serra, que poderiam recorrer à Justiça Eleitoral caso o pré-candidato protagonizasse um programa de sigla alheia. A aliança com PDT e PTB ainda não foi formalizada.
O programa também evidencia a preocupação em não criar atritos com Brizola -os que foram criados por Roberto Freire, presidente nacional do PPS, já estão de bom tamanho para a campanha.
Se Ciro não abriu a boca, o ex-governador do Rio de Janeiro foi deixado à vontade para, como de hábito em suas aparições televisivas, falar pelos cotovelos.
Também o formato sofreu poucas mudanças em relação ao que o público se acostumou a assistir nas inserções do PDT.
É pouco provável que a equipe de Ciro mantenha essa fórmula no programa do PPS (dois minutos nesta quinta-feira) ou, mais importante, nos horários nacionais de PDT e PTB (20 minutos cada), que estarão à sua disposição a partir da semana que vem.
Uma vez oficializada a Frente Trabalhista na convenção da próxima segunda-feira, a campanha ficará mais à vontade para fazer o que todas as outras fizeram: usar programas que a lei descreve como de "divulgação partidária" para promover candidato.
O publicitário Duda Mendonça costuma dizer que televisão é injeção de benzetacyl. Até agora, quem tomou desse remédio de efeito rápido cresceu nas pesquisas. O tratamento é a oportunidade de Ciro chegar competitivo ao horário eleitoral gratuito.



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