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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Coordenador do movimento em Pernambuco desautoriza colegas
"Trégua" política em favor de Lula já divide líderes do MST
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O coordenador do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, afirmou que não existe uma posição
oficial do movimento em relação
à suspensão das invasões pelos
sem-terra no período eleitoral
com o objetivo de preservar a
imagem do pré-candidato do PT
à Presidência da República, Luiz
Inácio Lula da Silva.
De acordo com dois líderes nacionais do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra)
-Gilmar Mauro e João Paulo Rodrigues-, o movimento vai dar
uma trégua em suas ações entre
agosto e novembro, conforme revelou anteontem a Folha, com o
objetivo de poupar a imagem do
pré-candidato do PT, partido que
é geralmente associado ao movimento.
Segundo Amorim, os líderes
sem-terra emitiram "opiniões
pessoais" ao anunciar uma "trégua". "Não sei por que falaram isso", declarou.
Para o coordenador do MST em
Pernambuco, "já foi o tempo em
que a burguesia usava isso [as invasões" contra [a oposição". Tentaram isso [associar Lula às invasões e badernas" em abril e não
conseguiram", disse.
"Nós partimos do princípio de
que as ocupações não prejudicam
a campanha do Lula. Ao contrário, criam mais consciência na
classe trabalhadora e é uma forma
de mudar o voto de muita gente
que normalmente votaria em outros partidos", afirmou.
Decisão conjunta
Considerado um dos mais ativos representantes da ala radical
do MST, Amorim, 42, disse que
novas ondas de invasões já estão
previstas para acontecer em todo
o país entre julho e novembro.
Segundo ele, uma eventual suspensão das ações nos outros meses só poderia ocorrer após consulta às lideranças estaduais. "No
movimento não existem pessoas,
nós defendemos uma decisão política conjunta", disse.
"Se tomarmos a decisão de colocar a militância na rua para fazer campanha, serei o primeiro a
ir, mas não com o argumento de
que as ocupações prejudicam [o
candidato do PT", afirmou.
Atuando em Pernambuco desde 1992, o catarinense Jaime
Amorim não é filiado a partido
político. Apesar disso, já militou
no PT e mantém sua preferência
pelo pré-candidato petista.
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