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SENADO
Liberação de recursos dependerá de contribuição
Governo se articula para retirar noventena de votação da CPMF
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a aprovação da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira) praticamente garantida na votação do
primeiro turno da emenda no Senado hoje, o governo trabalha
agora para retirar o dispositivo,
contido no próprio texto, que
obriga o cumprimento do prazo
de 90 dias.
De acordo com as regras de votação, serão necessários 49 votos
-três quintos do total de 81-
para manter a exigência do prazo,
conhecido por noventena. A noventena também está prevista na
Constituição.
O governo vai começar a liberar
recursos previstos em emendas
propostas por congressistas ao
Orçamento da União de acordo
com a entrada de dinheiro com a
arrecadação da CPMF.
A aprovação da emenda constitucional que prorroga a cobrança
até 2004 sem a noventena -prazo de 90 dias para a cobrança entrar em vigor- é condição para a
liberação dos recursos.
De acordo com o senador Romero Jucá (PSDB-RR), vice-líder
do governo no Senado, não haverá "farra" nem será "liberou geral". O dinheiro sairá de acordo
com a entrada de recursos no caixa do Tesouro.
Revisão
Segundo o senador, se a cobrança não for interrompida no dia 18
de junho, quando acaba a atual
CPMF, o governo poderá rever os
cortes que planeja fazer no caso
de perda de arrecadação, calculada em R$ 4,9 bilhões.
"Os cortes serão revistos à medida que houver receita. O governo não vai gastar por conta. Vai
manter a responsabilidade e o
equilíbrio fiscal. A liberação [das
emendas" é legítima, mas será de
acordo com a capacidade financeira do Tesouro. Não vai haver
farra", afirmou Jucá.
Congressistas estão pressionando para a liberação de cerca de R$
2 bilhões relativos ao Orçamento
de 2001.
O dinheiro foi destinado por deputados e senadores para obras
em suas bases eleitorais. O prazo
para a liberação do dinheiro termina no final do mês.
Votação
A dificuldade maior na votação
em primeiro turno hoje será manter a isenção da cobrança nas operações das Bolsas de Valores, contestada pelo PT. Nesta votação, a
manutenção da isenção exigirá os
votos favoráveis de 49 senadores.
Ontem, a Câmara se antecipou e
divulgou nota técnica reafirmando a possibilidade de promulgar a
emenda da CPMF mesmo se ela
for modificada no Senado, como
deseja o governo.
O presidente do Senado, Ramez
Tebet (PMDB-MS), pretende
analisar parecer jurídico antes de
decidir sobre a promulgação da
emenda no caso de a noventena
ser suprimida na votação de hoje.
O segundo turno de votação está
marcado para o dia 12.
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