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Alencar passa o dia no gabinete
e evita comentários sobre juros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia depois de pressionar
por uma decisão política para redução da taxa básica de juros em
uma entrevista coletiva e criar um
constrangimento para o governo
enquanto ocupava interinamente
a Presidência, o vice José Alencar
preferiu fugir dos holofotes.
Ele passou o dia em seu gabinete
no anexo do Palácio do Planalto e
recebeu políticos e empresários,
com quem voltou a comentar a
taxa de juros.
Procurado pela manhã por jornalistas, Alencar disse, por meio
de um assessor, que "não tinha
mais nada a declarar".
As assessorias da Presidência e
da Vice-Presidência não informaram, até o início da noite de ontem, se Alencar conversou com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre suas declarações.
Apesar do mal-estar interno de
governo, Alencar teria recebido
diversas manifestações de apoio.
Pela manhã, Alencar se reuniu
com os senadores José Agripino
(PFL-RN) e Fernando Bezerra
(PTB-RN). Almoçou com o presidente do PL, o deputado Waldemar Costa Neto e recebeu vários
empresários de Minas Gerais.
A polêmica em torno das declarações de Alencar sobre os juros
ocupou boa parte da audiência
com Agripino e Bezerra. Ambos
estivem com o vice-presidente
para tratar de questões do Estado.
Segundo Agripino, Alencar estava descontraído, sereno e tranquilo com relação às posições que
assumira. Não voltou atrás em nenhuma declaração. Ao contrário:
disse que sempre combatera as
política de juros altos, desde que
estava no PMDB e era aliado do
governo Fernando Henrique Cardoso.
O vice-presidente lembrou, ainda, que já interpretava o pensamento do empresariado quando
foi convidado para integrar a chapa do presidente Lula.
D. Raymundo Damasceno, bispo auxiliar de Brasília e ex-secretário-geral da CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil)
também visitou Alencar.
"Foi coincidência, uma conversa de cortesia, de mineiro para
mineiro", disse Damasceno, que
disse não ter conversado sobre os
juros com o vice-presidente.
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