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São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2003

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Alencar passa o dia no gabinete e evita comentários sobre juros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia depois de pressionar por uma decisão política para redução da taxa básica de juros em uma entrevista coletiva e criar um constrangimento para o governo enquanto ocupava interinamente a Presidência, o vice José Alencar preferiu fugir dos holofotes.
Ele passou o dia em seu gabinete no anexo do Palácio do Planalto e recebeu políticos e empresários, com quem voltou a comentar a taxa de juros.
Procurado pela manhã por jornalistas, Alencar disse, por meio de um assessor, que "não tinha mais nada a declarar".
As assessorias da Presidência e da Vice-Presidência não informaram, até o início da noite de ontem, se Alencar conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre suas declarações.
Apesar do mal-estar interno de governo, Alencar teria recebido diversas manifestações de apoio. Pela manhã, Alencar se reuniu com os senadores José Agripino (PFL-RN) e Fernando Bezerra (PTB-RN). Almoçou com o presidente do PL, o deputado Waldemar Costa Neto e recebeu vários empresários de Minas Gerais.
A polêmica em torno das declarações de Alencar sobre os juros ocupou boa parte da audiência com Agripino e Bezerra. Ambos estivem com o vice-presidente para tratar de questões do Estado.
Segundo Agripino, Alencar estava descontraído, sereno e tranquilo com relação às posições que assumira. Não voltou atrás em nenhuma declaração. Ao contrário: disse que sempre combatera as política de juros altos, desde que estava no PMDB e era aliado do governo Fernando Henrique Cardoso.
O vice-presidente lembrou, ainda, que já interpretava o pensamento do empresariado quando foi convidado para integrar a chapa do presidente Lula.
D. Raymundo Damasceno, bispo auxiliar de Brasília e ex-secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) também visitou Alencar.
"Foi coincidência, uma conversa de cortesia, de mineiro para mineiro", disse Damasceno, que disse não ter conversado sobre os juros com o vice-presidente.


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