DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

O Palácio do Planalto e líderes dos partidos governistas deram sinais ontem de que já consideram o PDT de Leonel Brizola fora da base aliada no Congresso, o que seria a primeira baixa no grupo que apóia o governo Lula.
A Folha apurou que o ministro da Casa Civil, José Dirceu, disse ontem em reunião de coordenação da ação do governo no Congresso que considera o PDT "um partido de oposição". O líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), reforçou o diagnóstico ao responder a um questionamento da Folha sobre uma afirmação sua de que a base aliada votaria unida na reforma da Previdência: "O PDT não faz mais parte do governo", disse o deputado.
A avaliação é fruto de uma série de atitudes contrárias ao governo. O partido não apoiou o Planalto na aprovação da emenda que dá o primeiro passo para a autonomia do BC, se ausentou da votação da reforma tributária na CCJ da Câmara e declarou voto contrário à reforma previdenciária.
O PDT veiculou nas propagandas de rádio e TV ataques à política econômica. O partido cobrou coerência de Lula dizendo que o presidente foi eleito para mudar o país, não para mudar de lado.
O PDT possui 15 deputados, cinco senadores e é o partido do ministro das Comunicações, Miro Teixeira. O PDT, porém, não se sente representado pelo ministro. Na semana passada, Brizola disse que a presença de Miro no cargo era uma "colaboração pessoal", não uma contribuição do partido.


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