São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998

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Para Marta, apoio do MST é "arriscado'

RODRIGO AMARAL
de Paris

A deputada federal Marta Suplicy, pré-candidata do PT ao governo de São Paulo, disse ontem em Paris que "o apoio do MST pode causar um mal-estar" a seu partido na campanha eleitoral.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) já divulgou publicamente que apóia a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.
Marta, porém, mostra preocupação com as declarações e ações dos militantes sem terra.
"Na medida em que o PT não controla o MST, é meio arriscado", disse ela à Folha. "Não era preciso haver o apoio formal."
Marta acha difícil, por exemplo, explicar à opinião pública as invasões de terra promovidas pelo MST, ainda que as ache "justas", por acelerarem as desapropriações visando a reforma agrária.
Apesar de demonstrar temor quanto às declarações que alguns dirigentes do MST podem fazer durante a campanha, Marta afirmou que eles são "bem-vindos ao palanque do partido".
Entretanto, também disse saber que o movimento continuará suas invasões mesmo em eventuais governos petistas. "Eles não vão me dar refresco", disse.
A deputada petista encontrou-se ontem, em Paris, com a ministra do Emprego do governo de centro-esquerda da França, Martine Aubry. Marta buscou informações sobre o programa de criação de empregos para jovens que está sendo desenvolvido no país.



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