São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998

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Custo da campanha à reeleição é estimado em R$ 35 milhões

VALDO CRUZ
Diretor-executivo da Sucursal de Brasília

MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília

O comando da campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso estima em cerca de R$ 35 milhões o custo da reeleição Äpouco mais do que foi gasto na disputa de 1994.
Embora pretendam reeditar o esquema de financiamento da última campanha, os coordenadores pretendem fixar um teto para as doações inferior ao estabelecido pela Lei Eleitoral, de 2% do faturamento bruto das empresas.
Outro cuidado previsto no financiamento da campanha é a centralização do recolhimento das doações em poucas pessoas, devidamente autorizadas pelo comitê central. A intenção é evitar desvio de dinheiro.
O comando da campanha avalia que o financiamento será um dos pontos mais delicados da reeleição. Por isso, querem evitar questionamentos futuros, que possam gerar "dúvidas éticas" sobre o comportamento do candidato.
Em 94, o comitê de FHC recolheu R$ 33,6 milhões. Bancos e empreiteiras fizeram as maiores doações. O Bradesco bateu o recorde, com R$ 2,2 milhões. Depois, o comitê registrou uma sobra de cerca de R$ 2 milhões.
O dinheiro estimado para este ano seria suficiente para comprar 2,6 milhões de cestas básicas distribuídas à população carente e aos flagelados da seca ou construir 5.000 casas populares.
Na campanha deste ano, as despesas com a produção de programas de TV vão crescer. Além de dispor de um tempo maior de propaganda eleitoral, o candidato poderá lançar mão de cenas externas, proibidas na última campanha.

Equipe
Até ontem, o comando da reeleição não havia alugado o comitê eleitoral. Mas já estavam confirmados alguns dos principais nomes da campanha.
O ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira será o coordenador-geral. Nizan Guanaes, da agência DM9, cuidará do marketing. Antônio Lavareda, que presta serviços ao Palácio do Planalto, voltará ao comando das pesquisas de opinião.
Antônio Martins, responsável pelos programas de rádio de FHC, será o coordenador de imprensa.
Falta ainda indicar os coordenadores financeiro e do programa de governo. Os ministros Bresser Pereira (Administração) e Paulo Renato Souza (Educação) poderão deixar a Esplanada para voltar aos postos que ocuparam na campanha passada.
O comitê deverá começar a funcionar oficialmente depois da convenção do PSDB que lançará a candidatura de FHC. A convenção ocorrerá em 19 ou 20 de junho.
Nos últimos dias, por conta da queda de FHC nas pesquisas de intenção de voto, o formato imaginado inicialmente para a campanha está sendo refeito.
Agora, imagina-se uma campanha mais agressiva e mais longa. Logo depois das convenções, FHC pretende estimular o confronto de idéias com a oposição.
Até agora, as pesquisas encomendadas pelo comando da campanha apontaram que o desemprego será o tema mais sensível da disputa presidencial.
Em algumas regiões, a "percepção" do eleitor ultrapassa, em muito, os índices do IBGE nas seis principais regiões metropolitanas.



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