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Custo da campanha à reeleição
é estimado em R$ 35 milhões
VALDO CRUZ
Diretor-executivo da Sucursal de Brasília
MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília
O comando da campanha do
presidente Fernando Henrique
Cardoso estima em cerca de R$ 35
milhões o custo da reeleição
Äpouco mais do que foi gasto na
disputa de 1994.
Embora pretendam reeditar o
esquema de financiamento da última campanha, os coordenadores
pretendem fixar um teto para as
doações inferior ao estabelecido
pela Lei Eleitoral, de 2% do faturamento bruto das empresas.
Outro cuidado previsto no financiamento da campanha é a
centralização do recolhimento das
doações em poucas pessoas, devidamente autorizadas pelo comitê
central. A intenção é evitar desvio
de dinheiro.
O comando da campanha avalia
que o financiamento será um dos
pontos mais delicados da reeleição. Por isso, querem evitar questionamentos futuros, que possam
gerar "dúvidas éticas" sobre o
comportamento do candidato.
Em 94, o comitê de FHC recolheu R$ 33,6 milhões. Bancos e
empreiteiras fizeram as maiores
doações. O Bradesco bateu o recorde, com R$ 2,2 milhões. Depois, o comitê registrou uma sobra
de cerca de R$ 2 milhões.
O dinheiro estimado para este
ano seria suficiente para comprar
2,6 milhões de cestas básicas distribuídas à população carente e aos
flagelados da seca ou construir
5.000 casas populares.
Na campanha deste ano, as despesas com a produção de programas de TV vão crescer. Além de
dispor de um tempo maior de propaganda eleitoral, o candidato poderá lançar mão de cenas externas,
proibidas na última campanha.
Equipe
Até ontem, o comando da reeleição não havia alugado o comitê
eleitoral. Mas já estavam confirmados alguns dos principais nomes da campanha.
O ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira será o coordenador-geral.
Nizan Guanaes, da agência DM9,
cuidará do marketing. Antônio
Lavareda, que presta serviços ao
Palácio do Planalto, voltará ao comando das pesquisas de opinião.
Antônio Martins, responsável
pelos programas de rádio de FHC,
será o coordenador de imprensa.
Falta ainda indicar os coordenadores financeiro e do programa de
governo. Os ministros Bresser Pereira (Administração) e Paulo Renato Souza (Educação) poderão
deixar a Esplanada para voltar aos
postos que ocuparam na campanha passada.
O comitê deverá começar a funcionar oficialmente depois da
convenção do PSDB que lançará a
candidatura de FHC. A convenção
ocorrerá em 19 ou 20 de junho.
Nos últimos dias, por conta da
queda de FHC nas pesquisas de intenção de voto, o formato imaginado inicialmente para a campanha está sendo refeito.
Agora, imagina-se uma campanha mais agressiva e mais longa.
Logo depois das convenções, FHC
pretende estimular o confronto de
idéias com a oposição.
Até agora, as pesquisas encomendadas pelo comando da campanha apontaram que o desemprego será o tema mais sensível da
disputa presidencial.
Em algumas regiões, a "percepção" do eleitor ultrapassa, em
muito, os índices do IBGE nas seis
principais regiões metropolitanas.
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