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CPI isenta Yeda e o 1º escalão do governo de fraude no Detran-RS
Comissão, que tem maioria governista, vota hoje relatório que cita 41 pessoas supostamente envolvidas em desvio de R$ 44 mi
Oposição, liderada pelo PT, prepara relatório paralelo no qual pede o indiciamento da governadora e de quatro ex-secretários da tucana
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Depois de provocar desgastes à governadora Yeda Crusius
(PSDB), a CPI da Assembléia
Legislativa do Rio Grande do
Sul que investiga o desvio de R$
44 milhões do Detran (Departamento Estadual de Trânsito)
gaúcho termina hoje com um
relatório que isenta a tucana de
responsabilidade na fraude.
Às 9h de hoje, os deputados
votam o texto do relator Adilson Troca (PSDB), a cuja conclusão a Folha teve acesso.
A CPI foi uma fonte constante de problemas para a governadora. Foi ali que a oposição
exibiu grampos telefônicos e
documentos obtidos pela Polícia Federal que provocaram a
queda de quatro secretários do
governo de Yeda.
Segundo o relatório de Adilson Troca, 41 pessoas foram
responsáveis pela fraude no
Detran -nenhuma com foro
privilegiado, como Yeda ou
membros do primeiro escalão
do governo tucano.
O relatório de Troca, que
conta com a maioria governista
de 7 dos 12 integrantes da CPI
para ser aprovado, reconhece a
existência de um esquema de
desvio a partir do superfaturamento nos preços das carteiras
de motoristas e cita 41 pessoas
como responsáveis pela fraude
-entre elas o empresário tucano Lair Ferst e os ex-presidentes do Detran Flávio Vaz Netto
e Carlos Ubiratan dos Santos,
que negaram envolvimento.
Não há novidades significativas em relação à denúncia feita
pelo Ministério Público Federal, em maio, que resultou em
uma ação criminal contra 40
pessoas por crimes como locupletamento em dispensa de licitação, peculato (desvio de dinheiro público), corrupção e
formação de quadrilha.
Relatório paralelo
A oposição a Yeda, liderada
pelo PT, preparou um relatório
paralelo que pede o indiciamento da governadora, de quatro ex-secretários, do deputado
federal José Otávio Germano
(PP) e do presidente do TCE
(Tribunal de Contas do Estado)
do Rio Grande do Sul, João
Luiz Vargas, por improbidade
administrativa.
Segundo o PT, depoimentos
e evidências colhidas durante a
investigação da PF -carta na
qual Lair Ferst detalha o esquema antes de ele se tornar público- indicam que a governadora teria deixado de tomar providências para impedir a fraude.
Outro item do relatório petista é um pedido de investigação da compra da casa da governadora. Em dezembro de 2006,
a tucana comprou a casa por R$
750 mil -valor superior ao valor total dos bens declarados
pela tucana em maio.
A assessoria de Yeda disse
que ela não comentaria a CPI.
Para o porta-voz do governo,
Paulo Fona, a suspeita sobre a
compra da casa da governadora
é um "factóide do PT".
O PT também pediu o indiciamento dos ex-secretários
Delson Martini (Governo),
Marcelo Cavalcante (Representação no Distrito Federal),
Cézar Busatto (Casa Civil) e
Ariosto Culau (Planejamento)
por improbidade.
Os petistas querem ainda o
indiciamento do deputado Germano, que apareceu em escutas
telefônicas discutindo com Vaz
Netto o curso de uma investigação do TCE sobre a fraude no
Detran. Germano é o padrinho
político dos dois ex-presidentes do Detran acusados de receber propina do esquema.
Vargas teria sido citados sob
as iniciais JLV em atas de reuniões dos acusados. Ele afirmou que só se manifestaria na
defesa que deverá entregar ao
TCE nesta sexta-feira.
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