São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2008

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Procuradoria denuncia ex-reitor da UnB por desvio de verba pública

Mulholland negou todas as acusações; Justiça deu prazo de 15 dias para defesa

FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério Público Federal no DF denunciou o ex-reitor da UnB (Universidade de Brasília) Timothy Mulholland sob a acusação de desvio de dinheiro público e formação de quadrilha.
Mulholland e outros três funcionários da editora UnB são acusados de desviar R$ 4,9 milhões de convênios firmados para prestar serviços de saúde às comunidades indígenas Yanomami (RR) e Xavantis (MT).
As investigações indicam que os denunciados usaram o dinheiro para pagar festas, jantares, viagens, móveis e eletroeletrônicos. O Ministério Público também localizou uma das nove TVs de LCD de 32 polegadas compradas com o dinheiro do convênio na casa de Alexandre Lima, ex-diretor da editora da UnB e denunciado na ação. Na casa dele também foram achados um microsystem e um aparelho de DVD obtidos, supostamente, para os indígenas.
A Justiça Federal deu prazo de 15 dias para o ex-reitor apresentar defesa prévia. A Folha não conseguiu localizar Mulholland nem Alexandre Lima para comentar as denúncias.
Quando surgiram as denúncias, o ex-reitor e Lima negaram as acusações. Timothy sempre afirmou que todas as denúncias que aparecessem seriam investigadas.
A Funasa (Fundação Nacional de Saúde) repassou R$ 67 milhões para a UnB, que subcontratou sem licitação duas fundações ligadas à universidade. O esquema de desvio funcionava, segundo as investigações, com a retenção de 7,5% do valor dos repasses, cobrados a título de taxa administrativa.
Além de classificar como ilegal a cobrança da taxa, a Procuradoria identificou que o dinheiro não fazia parte da contabilidade das fundações que prestavam os serviços.
A procuradora da República no DF, Raquel Branquinho, disse que os recursos eram movimentados de forma paralela, sem controle. "Pediremos a indisponibilidade dos bens dos denunciados e a apreensão do que foi localizado", afirmou.
Em abril, foi protocolada uma ação de improbidade administrativa contra Timothy e o ex-decano de administração da UnB Erico Paulo Weidle. Os dois são acusados de usar R$ 470 mil destinados ao financiamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento institucional da UnB para decorar o imóvel funcional usado pelo então reitor. Timothy renunciou em abril, quando alunos da UnB invadiam o prédio da reitoria.


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