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Procuradoria denuncia ex-reitor da UnB por desvio de verba pública
Mulholland negou todas as acusações; Justiça deu prazo de 15 dias para defesa
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal
no DF denunciou o ex-reitor da
UnB (Universidade de Brasília)
Timothy Mulholland sob a acusação de desvio de dinheiro público e formação de quadrilha.
Mulholland e outros três
funcionários da editora UnB
são acusados de desviar R$ 4,9
milhões de convênios firmados
para prestar serviços de saúde
às comunidades indígenas Yanomami (RR) e Xavantis (MT).
As investigações indicam que
os denunciados usaram o dinheiro para pagar festas, jantares, viagens, móveis e eletroeletrônicos. O Ministério Público
também localizou uma das nove TVs de LCD de 32 polegadas
compradas com o dinheiro do
convênio na casa de Alexandre
Lima, ex-diretor da editora da
UnB e denunciado na ação. Na
casa dele também foram achados um microsystem e um aparelho de DVD obtidos, supostamente, para os indígenas.
A Justiça Federal deu prazo
de 15 dias para o ex-reitor apresentar defesa prévia. A Folha
não conseguiu localizar Mulholland nem Alexandre Lima
para comentar as denúncias.
Quando surgiram as denúncias, o ex-reitor e Lima negaram as acusações. Timothy
sempre afirmou que todas as
denúncias que aparecessem seriam investigadas.
A Funasa (Fundação Nacional de Saúde) repassou R$ 67
milhões para a UnB, que subcontratou sem licitação duas
fundações ligadas à universidade. O esquema de desvio funcionava, segundo as investigações, com a retenção de 7,5%
do valor dos repasses, cobrados
a título de taxa administrativa.
Além de classificar como ilegal a cobrança da taxa, a Procuradoria identificou que o dinheiro não fazia parte da contabilidade das fundações que
prestavam os serviços.
A procuradora da República
no DF, Raquel Branquinho,
disse que os recursos eram movimentados de forma paralela,
sem controle. "Pediremos a indisponibilidade dos bens dos
denunciados e a apreensão do
que foi localizado", afirmou.
Em abril, foi protocolada
uma ação de improbidade administrativa contra Timothy e
o ex-decano de administração
da UnB Erico Paulo Weidle. Os
dois são acusados de usar R$
470 mil destinados ao financiamento de projetos de pesquisa
e desenvolvimento institucional da UnB para decorar o imóvel funcional usado pelo então
reitor. Timothy renunciou em
abril, quando alunos da UnB
invadiam o prédio da reitoria.
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