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Restringir caminhão é "improviso", diz Marta
Petista insinua que medida implantada por Kassab é eleitoreira; secretário diz que Marta "desconhece" a ação
RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO
A candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy,
insinuou ontem que a restrição
à circulação de caminhões que
entrou em vigor no dia 30 é
eleitoreira e disse que ela faz
parte de "uma série de medidas
bastante improvisadas" para
tentar atenuar o problema do
trânsito na cidade.
Em visita a projetos sociais
na zona sul de São Paulo, Marta
afirmou ser favorável a algum
tipo de restrição, mas disse não
ver organização na ação patrocinada pela administração de
Gilberto Kassab (DEM).
"A restrição do caminhão
tem que ter. Mas não pode ser
assim: "Vamos fazer, tá na véspera da eleição, vamos fazer
desse jeito. Não deu certo? Ah,
então vamos fazer o rodízio, como o carro". Gente, tem equipamento virtual, tem outras formas, tem que pensar. A cidade
de São Paulo não pode ser tratada assim", afirmou a petista,
que fez sinal de silêncio ao ser
questionada sobre se achava,
então, a medida eleitoreira.
"Quando saímos do governo,
tínhamos proposta de restrição
à circulação de caminhões. E
me lembro, se não me engano,
que isso foi flexibilizado naquele momento pelo prefeito. Depois, não foi proposto nada.
Agora estamos vendo uma série
de medidas que parecem bastante improvisadas. Não vejo
uma organização no sistema
para que isso tudo ocorra."
O prefeito escalou seu secretário de Transportes, Alexandre de Moraes, para responder
às críticas. "Pena que a ministra
Marta critique uma medida
que está beneficiando 11 milhões de habitantes e que aumentou em 40% a fluidez no
trânsito da capital. Talvez seja
por desconhecimento", disse. A
equipe de Kassab alega que o
prefeito está planejando a restrição aos caminhões há pelo
menos um ano e meio.
Mano Brown
Marta visitou ontem projetos sociais na zona sul da capital paulista. Um deles foi uma
biblioteca que atende a moradores da favela Sabin, na região
de Capão Redondo. Mantida
pelo rapper Mano Brown e pelo
rapper e escritor Reginaldo
Ferreira da Silva, o Ferréz, a biblioteca tem cerca de 2.000 títulos e atende a mais de cem
crianças da região diariamente,
segundo seus administradores.
A imprensa foi impedida por
Ferréz de entrar na biblioteca.
"Como não temos patrocínio
nenhum, não queremos que
ninguém tire vantagem da imagem do lugar. Além disso, não
queremos que uma criança lá
dentro se sinta oprimida pela
presença de fotógrafos, da imprensa", disse ele, que se declarou eleitor de Marta. Brown
não estava no local, segundo a
assessoria dela. "São pessoas
que precisam de um apoio mais
forte do Estado", disse ela.
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