São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2008

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Restringir caminhão é "improviso", diz Marta

Petista insinua que medida implantada por Kassab é eleitoreira; secretário diz que Marta "desconhece" a ação

RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO

A candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, insinuou ontem que a restrição à circulação de caminhões que entrou em vigor no dia 30 é eleitoreira e disse que ela faz parte de "uma série de medidas bastante improvisadas" para tentar atenuar o problema do trânsito na cidade.
Em visita a projetos sociais na zona sul de São Paulo, Marta afirmou ser favorável a algum tipo de restrição, mas disse não ver organização na ação patrocinada pela administração de Gilberto Kassab (DEM).
"A restrição do caminhão tem que ter. Mas não pode ser assim: "Vamos fazer, tá na véspera da eleição, vamos fazer desse jeito. Não deu certo? Ah, então vamos fazer o rodízio, como o carro". Gente, tem equipamento virtual, tem outras formas, tem que pensar. A cidade de São Paulo não pode ser tratada assim", afirmou a petista, que fez sinal de silêncio ao ser questionada sobre se achava, então, a medida eleitoreira.
"Quando saímos do governo, tínhamos proposta de restrição à circulação de caminhões. E me lembro, se não me engano, que isso foi flexibilizado naquele momento pelo prefeito. Depois, não foi proposto nada. Agora estamos vendo uma série de medidas que parecem bastante improvisadas. Não vejo uma organização no sistema para que isso tudo ocorra."
O prefeito escalou seu secretário de Transportes, Alexandre de Moraes, para responder às críticas. "Pena que a ministra Marta critique uma medida que está beneficiando 11 milhões de habitantes e que aumentou em 40% a fluidez no trânsito da capital. Talvez seja por desconhecimento", disse. A equipe de Kassab alega que o prefeito está planejando a restrição aos caminhões há pelo menos um ano e meio.

Mano Brown
Marta visitou ontem projetos sociais na zona sul da capital paulista. Um deles foi uma biblioteca que atende a moradores da favela Sabin, na região de Capão Redondo. Mantida pelo rapper Mano Brown e pelo rapper e escritor Reginaldo Ferreira da Silva, o Ferréz, a biblioteca tem cerca de 2.000 títulos e atende a mais de cem crianças da região diariamente, segundo seus administradores.
A imprensa foi impedida por Ferréz de entrar na biblioteca. "Como não temos patrocínio nenhum, não queremos que ninguém tire vantagem da imagem do lugar. Além disso, não queremos que uma criança lá dentro se sinta oprimida pela presença de fotógrafos, da imprensa", disse ele, que se declarou eleitor de Marta. Brown não estava no local, segundo a assessoria dela. "São pessoas que precisam de um apoio mais forte do Estado", disse ela.


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