São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TODA MÍDIA

Um tema local

Nelson de Sá

O alarme eleitoral soou pela boca da própria Marta Suplicy, publicamente, há três semanas:
- Não estou satisfeita com a saúde em São Paulo.
Mas o alarme interno das campanhas é anterior e foi dado pelas pesquisas. O "Valor" fez as contas, com os levantamentos do Ibope pelo país.
Saúde seria o maior problema para os eleitores de 11, entre 14 cidades. No Rio de Janeiro, só perde para a violência. Em São Paulo, perde para desemprego por 66% a 60%.
A declaração de Marta iniciou uma ofensiva petista que levou até à adoção de uma bandeira tucano-pefelista, de entregar medicamentos em casa, como destacou a Folha.
E tome saúde. Em entrevista à "Gazeta Mercantil", anteontem, a prefeita saiu dizendo que "falta muito a fazer, em especial na saúde". Em entrevista ao site do PT, prometeu "revolucionar a saúde".
Disse que quer "ser prefeita de novo para fazer por áreas como a saúde" o que fez em educação. Falou de "um verdadeiro CEU para a saúde":
- Para o próximo mandato, eu garanto uma revolução na saúde.
De concreto, um hospital aqui, uma informatização ali.
José Serra, o ex-ministro da Saúde elogiado até por petistas, também passou a concentrar discurso na área.
Ontem, andou por um bairro e a manchete, no site do diretório municipal do PSDB, foi:
- Moradores de Cid. Ademar querem mais saúde.
Uma eleitora, "de muletas", elogiou os genéricos para Serra. E o candidato:
- Aqui a gente vê a extrema falta de bom atendimento na saúde.
A um passo do debate na Band, em meio às entrevistas na Globo, o tucano consegue afinal ir além de comentar o Bilhete Único ou as obras da prefeita. Está com a bola.

ATÉ O PAS

www.tucano-sp.org.br/Rede Globo/Reprodução
Serra em janela do site municipal do PSDB/Cesar Maia em entrevista ao RJTV

A saúde foi assunto de boa parte das entrevistas, ontem, nos telejornais regionais da Globo em São Paulo e Rio. Paulo Maluf atacou de cara, dizendo que "hoje você vai a um posto de saúde e não tem mais remédio nem médico". E fez a sua promessa:
- O PAS vai voltar. Mas o meu PAS, o PAS decente.
No Rio, Cesar Maia gastou mais tempo para falar de saúde do que de violência, dizendo que é a área "que leva o eleitor com mais convicção a votar em mim". Não pelo programa de levar remédio até em casa, copiado em São Paulo, mas pela "crise da saúde pública, que vem de fora para dentro da cidade do Rio". Afirmou:
- Aquilo que me distingue mais é a minha capacidade para enfrentar, resolver e dar uma volta por cima na crise da saúde.
 
São "temas locais" como a saúde, segundo o "Valor", que vêm prevalecendo em todas as entrevistas da Globo, não só em São Paulo e Rio de Janeiro, mas também Curitiba, Belo Horizonte, Recife.

Vai-não-vai
Prosseguiu na cobertura a confusão quanto aos próximos passos de Henrique Meirelles, presidente do Banco Central.
Começou no Bom Dia Brasil com a oposição "cobrando" as explicações. Daí para o ministro Márcio Thomaz Bastos, dizendo que Meirelles "irá com certeza" se explicar ao Congresso. Só que o próprio "fugiu dos jornalistas e evitou confirmar", segundo a Folha Online. Por fim, no JN, surgiu o ministro José Dirceu e, em nome de Lula, chamou as acusações de "infundadas".
E atacou a oposição.

Amigos
Pelo menos um comentarista, Merval Pereira, na rádio CBN e no jornal "O Globo", afirmou que as denúncias feitas contra Meirelles seriam "fogo amigo", ou seja, coisa de petista.

Alerta eleitoral
Nas manchetes de ontem no "Washington Post" e no "New York Times", a informação de que os dados que levaram ao alerta antiterror são anteriores ao 11 de setembro dominaram a cobertura da eleição americana, até mesmo na Fox News.
Os repórteres do "WP" e do "NYT" deram entrevistas ontem -o primeiro para leitores, no site do jornal, o segundo à rede PBS, com reprodução também no site do jornal. Ambos foram, então, bem mais críticos quanto ao viés eleitoral do alerta.

Fazer valer
E ontem o "NYT", o "Miami Herald" e outros americanos também deram seus editoriais sobre o acordo na Organização Mundial do Comércio. Fizeram os elogios e, como novidade, partiram para cobrar que os EUA façam valer o acordo.


Texto Anterior: Espião português manda mensagem a amigos pelo Orkut
Próximo Texto: Judiciário: TSE cassa mandato do governador de Roraima
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.