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JUDICIÁRIO
Advogado deve recorrer
TSE cassa mandato do governador de Roraima
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou o mandato do governador de Roraima, o ex-petista
Flamarion Portela, em processo
no qual ele é acusado de cometer
abusos de poder político e econômico na campanha de 2002, utilizando programas sociais do Estado para se promover.
Flamarion foi condenado à perda do mandato por 5 votos contra
2. O julgamento ocorreu ontem à
noite. O advogado Tarcísio Vieira
de Carvalho, que o representa,
disse que irá recorrer ao próprio
TSE e ao STF (Supremo Tribunal
Federal) e que pedirá a permanência no cargo enquanto os recursos estiverem tramitando. Ele
negou as irregularidades.
O processo foi movido pelo
principal adversário, Ottomar de
Sousa Pinto (PTB), que havia ganho no primeiro turno, mas perdeu no segundo. Nos dois momentos, a diferença de votos foi
muito pequena. Inicialmente, o
placar registrou 48,65% contra
49,25%. No segundo turno, o resultado foi 53,5% contra 46,5%.
O TSE deverá comunicar a decisão oficialmente ao Tribunal Regional Eleitoral de Roraima, para
que ele providencie a cassação do
mandato. Caberá ao TRE decidir
quem o sucederá. A tendência é
Ottomar Pinto assumir.
Flamarion foi eleito pelo PSD,
filiou-se ao PT logo depois das
eleições, mas se desfiliou após o
surgimento de várias denúncias
contra ele, inclusive o esquema de
desvio de dinheiro da folha de pagamento do Estado conhecido como Operação Gafanhoto. Esse caso está sob investigação do STJ
(Superior Tribunal de Justiça),
por suspeita de prática de crime.
Na Justiça Eleitoral, o governador é acusado de utilizar programas sociais para se promover
eleitoralmente. Teria, por exemplo, usado o lema pessoal "agora
nós vamos cuidar de você" no
programa "Pró-Custeio", de auxílio financeiro a agricultores. Portela era candidato à reeleição.
Segundo o processo, ele também explorou programas oficiais
na propaganda eleitoral gratuita,
com imagens da primeira-dama,
Ângela Portela, participando da
distribuição de tíquetes a agricultores e declarações dela semelhantes ao lema de campanhas
institucionais do governo dele.
No ano passado, o vice-procurador-geral eleitoral, Roberto
Gurgel Santos, sugeriu ao TSE a
cassação do mandato dizendo
que houve irregularidades em
quantidade suficiente para desequilibrar a seu favor a disputa pelo governo de Roraima.
Ele é o segundo governador
eleito em 2002 e julgado pelo TSE
sob acusação de abuso na campanha. Em abril, o tribunal absolveu
o peemedebista Joaquim Roriz
(DF) por 5 votos contra 1. Até hoje, o único governador já cassado
por irregularidades na campanha
foi Francisco de Assis de Moraes
Souza, o Mão Santa, do Piauí, já
no final do mandato, em 2001.
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