São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2005

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Unidade com presidente não quebra, diz Alencar

EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar (PL-MG), disse ontem que a turbulência política do país é grande, mas não afetou sua "unidade" com Lula.
"A crise é grande, mas a nossa unidade, especialmente entre mim e o Lula, não se quebra com crise nenhuma", afirmou.
Desde o começo da crise atual, com o PL na lista de beneficiários do suposto esquema do "mensalão", Alencar passou a estudar a possibilidade de mudar de sigla.
Ele adotou também um comportamento discreto, rejeitando convites para diversos eventos públicos. Em conversas reservadas com líderes do PL, segundo a Folha apurou, o vice-presidente tem dito que agosto será "o pior mês da crise" e que, ao final desse período de turbulência, ele próprio decidirá se continua ou não no partido, ainda presidido por Valdemar Costa Neto -que, na segunda-feira, renunciou ao seu mandato de deputado federal.
Alencar foi o primeiro dirigente do PL a ser informado por Valdemar de sua decisão. Ontem, falou pela primeira vez da saída do presidente do PL da Câmara: "A renúncia é sempre um ato unilateral e uma questão de foro íntimo".
O vice-presidente já tem um convite formal da bancada mineira do PMDB para ingressar no partido, do qual se desligou em 2001 para poder integrar a chapa de Lula na eleição presidencial de 2002. Apesar disso, ele desconversa, afirmando que sua preocupação de momento está nas explicações de Valdemar ao PL.
"Não estou pensando nisso, não [mudar de partido]. Eu estou pensando que o presidente [Valdemar] vai reunir o partido para explicar as questões ligadas a isso [denúncias contra ele e a legenda]", disse o vice-presidente.
A unidade que diz ter com Lula, porém, não se manifesta quando o assunto é a imprensa. Ontem, ao contrário do presidente, Alencar defendeu a atuação dos jornalistas diante da crise: "Acho que a imprensa, os jornais, as TVs, a revistas, enfim, todos os órgãos de imprensa são os olhos e os ouvidos da nação. A nação enxerga os fatos através da imprensa".


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