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RUMO A 2006
Garotinho diz que Lula não caiu porque tem apoio dos banqueiros
Alckmin diferencia corrupção e caixa 2
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O governador paulista Geraldo
Alckmin (PSDB) disse ontem haver diferença entre "problemas de
campanha eleitoral e corrupção"
e que, por esse motivo, não pode
haver "perda de foco" nas investigações envolvendo o PT.
A comparação feita por Alckmin foi por causa do envolvimento do presidente do PSDB, Eduardo Azeredo, com a SMPB Comunicação, de Marcos Valério de
Souza, em 1998. Na época, políticos ligados a Azeredo receberam
cerca de R$ 1,9 milhão da SMPB,
de Marcos Valério. Não há registros dessas operações porque elas
teriam sido feitas "por fora" -o
que configura crime eleitoral. No
mesmo ano, outra agência de Valério, a DNA, contraiu um empréstimo de R$ 11,7 milhões no
Banco Rural oferecendo como garantia contratos com o governo
Azeredo -que tentava se reeleger ao governo de Minas Gerais.
Segundo Alckmin, a questão
que envolve Azeredo é eleitoral, e
a que envolve o PT e a base aliada
é "corrupção e malversação de dinheiro público". Ele disse que "o
foco" é a corrupção: "Eu já disse
que investigação vale para todos.
O problema de campanha eleitoral deve ser investigado. Agora,
ele é diferente de corrupção, malversação de dinheiro público. São
coisas distintas. Ambas devem ser
investigadas. Não podemos estar
pegando coisas gravíssimas de
corrupção e, de repente, virar tudo questão eleitoral", disse.
Após palestra a prefeitos em Belo Horizonte, Alckmin se encontrou com o governador Aécio Neves (PSDB-MG), que também vê
"coisas diferentes". "Existe uma
discussão e uma CPI que foi criada para investigar denúncias de
corrupção envolvendo o governo
federal. Esse é o grande foco."
Segundo Azeredo, foi o seu então tesoureiro da campanha de
1998, Cláudio Mourão, o responsável por destinar recursos, via
SMPB, para deputados. Alegou
que isso ocorreu à sua revelia.
Alckmin disse não ver como
uma ameaça a fala de Lula em Garanhuns (PE), onde o presidente
afirmou que alguns têm "medo"
da sua reeleição. Segundo ele, o
país não deve mudar suprimir a
reeleição: "Carta Magna, Constituição, não se muda em meio à
crise". Ele acrescentou: "Sou contra acabar com a reeleição".
Garotinho
O secretário de Governo e Coordenação do Rio, Anthony Garotinho (PMDB), disse ontem que o
presidente Lula sabia dos esquemas de corrupção envolvendo o
PT e que já existiriam evidências
suficientes para abertura de um
processo contra ele. Para Garotinho, Lula só não caiu porque tem
apoio dos banqueiros: "Não há
vontade política porque ele está
sendo um bom presidente para as
elites brasileiras. Os bancos nunca
ganharam tanto dinheiro".
Colaborou SÍLVIA FREIRE, da Agência
Folha, em Belo Horizonte
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