São Paulo, terça-feira, 04 de agosto de 2009

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Senado diz que só vai demitir servidores após investigação

Casa vai abrir processo sobre a contratação do ex-namorado da neta de Sarney

"Vamos abrir um processo individual para pessoas que foram nomeadas por atos secretos", afirma Haroldo Tajra, diretor-geral da Casa

GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O Senado vai abrir processo para investigar a contratação do ex-namorado da neta do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), antes de decidir se ele será exonerado ou se seu pagamento será suspenso.
O diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, disse ontem que só com a conclusão de processos investigativos a instituição decidirá o que fazer em relação a Henrique Dias Bernardes e aos demais funcionários contratados por atos secretos.
"Vai ser aberto um processo em relação à situação do Henrique e a de outras pessoas em situação semelhante. Com a conclusão desses processos é que vamos decidir o que fazer. Vamos abrir um processo individual para pessoas que foram nomeadas por atos secretos, averiguar os fatos e chegar a uma conclusão", disse Tajra.
A expectativa era de que o Senado exonerasse os 218 funcionários contratados por atos secretos. O cruzamento de dados feito pela Diretoria Geral identificou que, desses servidores, 98 já foram exonerados por ato legal, sete não chegaram a assumir os cargos e um morreu.
Segundo ele, "os atos não cumpriram o princípio da publicidade atendido. Isso foi o que levou o presidente [Sarney] a anular esses atos. A comissão [que investiga os atos] ainda não concluiu os trabalhos. Ainda estamos na fase de apuração e levantamento dos dados".
Contratado por meio de ato secreto para a Diretoria Geral do Senado, Bernardes, que tem cargo com salário de R$ 2.700, dá expediente no serviço médico da Casa. A divulgação de gravações da Polícia Federal mostrou que José Sarney e o filho dele, Fernando Sarney, negociaram a contratação do rapaz com o ex-diretor-geral Agaciel Maia, apontado como responsável pelos atos secretos.
Tajra disse que a decisão sobre a contratação do ex-namorado da neta de Sarney será "meramente administrativa", sem influências políticas.


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