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Senado diz que só vai demitir servidores após investigação
Casa vai abrir processo sobre a contratação do ex-namorado da neta de Sarney
"Vamos abrir um processo individual para pessoas que foram nomeadas por atos secretos", afirma Haroldo Tajra, diretor-geral da Casa
GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O Senado vai abrir processo
para investigar a contratação
do ex-namorado da neta do
presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), antes de decidir se ele será exonerado ou se
seu pagamento será suspenso.
O diretor-geral do Senado,
Haroldo Tajra, disse ontem que
só com a conclusão de processos investigativos a instituição
decidirá o que fazer em relação
a Henrique Dias Bernardes e
aos demais funcionários contratados por atos secretos.
"Vai ser aberto um processo
em relação à situação do Henrique e a de outras pessoas em situação semelhante. Com a conclusão desses processos é que
vamos decidir o que fazer. Vamos abrir um processo individual para pessoas que foram
nomeadas por atos secretos,
averiguar os fatos e chegar a
uma conclusão", disse Tajra.
A expectativa era de que o Senado exonerasse os 218 funcionários contratados por atos secretos. O cruzamento de dados
feito pela Diretoria Geral identificou que, desses servidores,
98 já foram exonerados por ato
legal, sete não chegaram a assumir os cargos e um morreu.
Segundo ele, "os atos não
cumpriram o princípio da publicidade atendido. Isso foi o
que levou o presidente [Sarney]
a anular esses atos. A comissão
[que investiga os atos] ainda
não concluiu os trabalhos. Ainda estamos na fase de apuração
e levantamento dos dados".
Contratado por meio de ato
secreto para a Diretoria Geral
do Senado, Bernardes, que tem
cargo com salário de R$ 2.700,
dá expediente no serviço médico da Casa. A divulgação de gravações da Polícia Federal mostrou que José Sarney e o filho
dele, Fernando Sarney, negociaram a contratação do rapaz
com o ex-diretor-geral Agaciel
Maia, apontado como responsável pelos atos secretos.
Tajra disse que a decisão sobre a contratação do ex-namorado da neta de Sarney será
"meramente administrativa",
sem influências políticas.
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