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[!] Foco
Dirceu teria participado de ações de luta armada no Brasil em 1970 e 1971
Alan Marques - 3.set.2005/Folha Imagem
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Na mesa da casa de José Dirceu, fotos dele estudante e com a mulher e o ditador Fidel Castro |
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
José Dirceu, ex-ministro
da Casa Civil e um dos estrategistas da chegada do PT ao
poder em 2002, teria participado de ações da luta armada
no Brasil em 1970 e 1971.
Fora da política partidária
por ter tido seu mandato de
deputado federal cassado no
ano passado, Dirceu dedica
seu tempo hoje à advocacia,
consultoria a empresários
interessados em investimentos de infra-estrutura
no Brasil e na América Latina e a rápidas incursões políticas, como reuniões secretas com o presidente Lula,
além de encontros reservados nos quais fala do passado
de combate à ditadura.
Num desses encontros,
Dirceu revelou que teria
atuado em ações da luta armada no Brasil. Até então,
sabia-se apenas que havia
feito treinamento de guerrilha em Cuba. Ele nunca admitiu ter atuado no Brasil.
Dirceu não dá detalhes
dessas ações em território
brasileiro na época do governo Médici (1969-1974), o
mais repressor da ditadura
que durou de 1964 a 1985.
Aos 60 anos, acha que detalhes só poderão ser revelados daqui a 10 ou 20 anos.
Em 1968, então presidente
da UNE (União Nacional dos
Estudantes), Dirceu foi preso no famoso Congresso de
Ibiúna. Em setembro do ano
seguinte, Dirceu e outros 14
presos foram libertados em
troca de Charles Elbrick,
embaixador americano seqüestrado pela luta armada.
Foi para Cuba e fez treinamento de guerrilha com o
chamado Grupo Primavera.
Desde que saiu do governo
em junho de 2005, Dirceu
teria se reunido quatro vezes
com Lula. Na última delas,
há cerca de três meses, quando havia dúvida no PT sobre
as chances de reeleição de
Lula, Dirceu ouviu do presidente: "Perdi meus generais,
mas vou ganhar a guerra.
Meus generais estão na reserva, mas estão comigo".
Era referência à queda de
Dirceu e também de Antonio
Palocci Filho, que deixou a
Fazenda no final de março.
A Folha apurou que Dirceu pretende aguardar a decisão do STF sobre a denúncia contra ele a respeito do
mensalão. Avalia que o STF
não a acatará, pois se diz inocente e não haver provas.
Se sua previsão se confirmar, trabalhará para reunir
3 milhões de assinaturas em
apoio a um projeto de iniciativa popular que lhe restitua
os direitos políticos cassados
em 1º de dezembro de 2005.
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