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Furlan vê oportunidades de investimento
DA ENVIADA ESPECIAL A LUANDA
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, deu
dois motivos ontem para a investida do Brasil na África, especialmente em Angola: um político,
pela aproximação do governo Lula com os países pobres, e outro
econômico, pela oferta de oportunidades que o país representa.
"Sem dúvida Angola é um país
promissor. Tudo está para ser
construído aqui, e o país merece
uma melhoria da linha de crédito", disse Furlan, que se integrou
ontem à comitiva de outros nove
ministros e dois secretários que
acompanham o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva à África.
O país, chamado de "rico" pelas
autoridades brasileiras, por causa
do petróleo, lembra os países latino-americanos: Luanda, por
exemplo, tem uma pequena ilha
desenvolvida cercada de miséria
por todos os lados. A violência de
Luanda é famosa no mundo.
Furlan lembrou a devastação do
país depois da guerra da independência de Portugal e a longa guerra civil entre grupos políticos do
país, que afetaram sobretudo a infra-estrutura angolana.
Hoje, o presidente da Infraero,
Carlos Wilson, deverá assinar
acordo para treinar pessoal e modernizar o aeroporto de Luanda.
O objetivo é, a médio ou longo
prazo, passar também a operá-lo.
Segundo Furlan, as oportunidades são em vários setores, desde a
operação de aeroportos, passando pelas telecomunicações e toda
a tecnologia do Brasil na área social, como educação e saúde. Um
vídeo do Itamaraty, apresentado
no encontro de empresários dos
dois países, vende o Brasil como
uma espécie de paraíso tecnológico, mostrando aviões e carros.
Os investimentos brasileiros em
Angola são diversificados. Incluem, por exemplo, um ambicioso projeto de treinamento de professores e de construção de escolas -o "Educação para Todos".
Apesar dos discursos de Lula e
de Furlan, o assessor e representante do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social), Márcio Aita, disse, no
encontro de empresários brasileiros e angolanos, que não há a intenção de esticar nenhuma linha
de crédito fixa para empresas interessadas em investir em Angola.
Segundo ele, o banco analisará
"projeto a projeto".
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