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São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2003

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OPERAÇÃO REPÚBLICA

Magistrados teriam feito "lobby" para não deixar prédio no centro

Mudança de sede causou polêmica

DA REPORTAGEM LOCAL

O Fórum Ministro Jarbas Nobre, onde estão os gabinetes dos juízes João Carlos da Rocha Mattos e dos irmãos Casem e Ali Mazloum, na praça da República, no centro de São Paulo, é inadequado para sediar oito varas criminais da Justiça Federal.
Antes da Operação Anaconda, sua localização era privilegiada para os acusados do esquema de venda de sentenças judiciais. Estava próximo do apartamento da ex-mulher do juiz Rocha Mattos, Norma Cunha, também na praça da República, e dos escritórios de advogados e doleiros, na avenida São Luiz.
O edifício está distante da Procuradoria da República, na rua Peixoto Gomide, do Fórum Pedro Lessa (com outras varas federais de primeira instância) e do Tribunal Regional Federal, estes dois na avenida Paulista.
O projeto de transferência para um novo conjunto, na alameda Ministro Rocha Azevedo, a uma quadra da avenida Paulista, é um antigo desejo do TRF e tem o apoio de juízes federais
Semanas atrás, atribuiu-se a um "lobby" dos irmãos Mazloum críticas à mudança: a Justiça deveria evitar os gastos com aluguel no novo prédio e fazer reformas no atual, dizia-se.
"Isso parece até piada", nega o juiz Casem Mazloum. "Todos os juízes criminais que atuam na praça da República firmaram um ofício [à presidência do TRF] em que apenas questionavam o layout de como seriam instaladas as varas [no novo prédio], pois iriam ficar num espaço ainda mais acanhado", diz.
"É evidente que o fórum, funcionando ali há mais de 20 anos, atrairia para as proximidades vários escritórios de advocacia. E a avenida São Luiz está cheia de doleiros", diz Casem Mazloum. "Eu sou totalmente favorável à mudança", diz o juiz João Carlos da Rocha Mattos. "Todos os juízes assinaram um ofício e apenas pediram mais andares para as varas criminais", diz.
"Isso é tão ridículo que não tenho comentários a fazer", diz Ali Mazloum. "Todos nós fomos favoráveis à mudança", diz.
(FREDERICO VASCONCELOS)


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