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CASO CC5
Acusados seriam proprietários de fachada de empresa pertencente a Alberto Youssef, preso anteontem no Paraná
Juiz manda prender dois sócios de doleiro
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O doleiro Alberto Youssef não
foi o único a ter a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal
na ação por sonegação fiscal, evasão de divisas e formação de quadrilha. O juiz Sérgio Moro, da vara especializada em lavagem de
dinheiro do Paraná, também
mandou prender Eroni Miguel
Peres e Paulo César Stinghen, dois
supostos sócios de Youssef, que
estão foragidos.
Peres é cunhado do doleiro e,
com Stinghen, seria o dono de fachada da Proserv Assessoria Empresarial Ltda. Os procuradores
da República que integram a força-tarefa que apura as fraudes de
evasão de divisas por intermédio
de contas CC5 (de não-residentes
no Brasil) acreditam que a Proserv, que tem sede em Londrina,
também pertença a Youssef.
O doleiro será interrogado amanhã pelo juiz Moro. Ele foi preso
anteontem em Londrina e transferido a Curitiba na noite do mesmo dia, pela Polícia Federal. Desde então, ele divide uma cela de 16
m2 com mais seis detentos na sede
da Superintendência da PF.
Segundo o procurador Vladimir Barros Aras, a força-tarefa pediu ainda a prisão de Cristina Fernandes da Silva, cunhada do doleiro, mas o juiz não aceitou.
A Polícia Federal diz ter obtido
provas de que, de 1996 a 1999, foram remetidos R$ 3,3 milhões para uma conta em nome de Cristina no Banestado de Nova York. A
conta também seria de Youssef.
Essa é a primeira vez que o doleiro é preso a pedido do Ministério Público Federal. Ele já esteve
detido antes, acusado pelo Ministério Público Estadual de integrar
o esquema de desvio de dinheiro
da Prefeitura de Londrina na gestão de Antonio Belinati (sem partido). Também foi denunciado no
escândalo de desvios da Prefeitura de Maringá, na gestão de Jairo
Gianoto (sem partido), e seria o
movimentador de cerca de R$ 40
milhões por créditos tributários
que a Copel, estatal de energia do
Paraná, trocou de forma suspeita
com a empresa Olvepar.
A denúncia de agora é sustentada na acusação de que a Youssef
Câmbio e Turismo Ltda., de Londrina, sonegou cerca de R$ 118
milhões (valor atualizado) em impostos e remeteu o dinheiro para
o exterior. Os valores reais sonegados pela empresa de 96 a 99 somaram R$ 33,3 milhões.
Segundo o Ministério Público, a
Proserv foi criada para desviar a
atenção sobre o esquema de sonegação existente na agência de
câmbio e turismo e também emitiu reservas para o exterior.
As investigações da PF indicam
que Youssef movimentou para
terceiros, em remessas para paraísos fiscais, via Banestado de Nova
York, US$ 876,8 milhões.
Outro lado
O advogado que representa
Youssef em Curitiba, Antonio
Augusto Figueiredo Basto, disse
que precisa se aprofundar no estudo da denúncia antes de decidir
sobre que recurso adotar para
tentar livrar seu cliente da prisão.
Basto teria acesso ontem à noite
à cópia dos 20 volumes que compreendem a denúncia. A Agência
Folha não conseguiu saber quem
defende os demais.
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