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GRUPO DO RIO
Segundo o presidente do BNDES, acordo deve permitir a realização de operações "muito maiores" entre os dois países
Fundo Brasil-Venezuela deve existir, diz Lessa
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Carlos Lessa, afirmou ontem, após conversar por três horas com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez,
que "avançou muito" a criação de
um fundo brasileiro-venezuelano
para lastrear os investimentos entre os dois países.
O novo fundo permitirá fazer
"operações muito maiores entre
Venezuela e Brasil", disse Lessa.
Com o fundo, explicou, as garantias alcançarão valores entre
US$ 300 milhões e US$ 400 milhões, o que poderá gerar investimentos de US$ 1 bilhão no comércio bilateral entre os dois.
"Esse fundo é muito importante
para superar as limitações hoje
existentes no convênio de crédito
recíproco, que está com o limite
superior a US$ 200 milhões, totalmente ocupado", disse Lessa, que
encontrou o presidente e ministros venezuelanos no hotel Sofitel
(Copacabana), onde está a delegação da Venezuela que participa da
18ª Reunião de Chefes de Estado e
de Governo do Grupo do Rio.
"Esse é um ponto em que há
perfeita harmonia entre o BNDES
e o banco de desenvolvimento da
Venezuela, com a cooperação
provável da CAF [Corporação
Andina de Fomento, que reúne
nações latino-americanas]."
O presidente do BNDES disse
ainda que "a novidade" da conversa com Chávez foi "a idéia de
Brasil e Venezuela se empenharem em um projeto tripartite"
com a Argentina.
O objetivo da parceria é "realizar, ao menos, um grande projeto
industrial", explicou Lessa.
"Não posso, por questões de sigilo bancário, falar de uma coisa
que é ainda um sonho. Ocorre
que, na conversa, ficou claro que é
um sonho de fácil execução. Pode
ser que em um ou dois meses a
imprensa possa noticiar que os
três países, por empresários privados, estejam fazendo um projeto industrial de imenso porte."
O presidente da Venezuela chegou ao Sofitel no início da manhã.
Além de receber Lessa, Chávez
manteve reuniões com ministros
e assessores. Até o início da noite,
ele não havia deixado o hotel.
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