São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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GRUPO DO RIO

Segundo o presidente do BNDES, acordo deve permitir a realização de operações "muito maiores" entre os dois países

Fundo Brasil-Venezuela deve existir, diz Lessa

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, afirmou ontem, após conversar por três horas com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que "avançou muito" a criação de um fundo brasileiro-venezuelano para lastrear os investimentos entre os dois países.
O novo fundo permitirá fazer "operações muito maiores entre Venezuela e Brasil", disse Lessa.
Com o fundo, explicou, as garantias alcançarão valores entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões, o que poderá gerar investimentos de US$ 1 bilhão no comércio bilateral entre os dois.
"Esse fundo é muito importante para superar as limitações hoje existentes no convênio de crédito recíproco, que está com o limite superior a US$ 200 milhões, totalmente ocupado", disse Lessa, que encontrou o presidente e ministros venezuelanos no hotel Sofitel (Copacabana), onde está a delegação da Venezuela que participa da 18ª Reunião de Chefes de Estado e de Governo do Grupo do Rio.
"Esse é um ponto em que há perfeita harmonia entre o BNDES e o banco de desenvolvimento da Venezuela, com a cooperação provável da CAF [Corporação Andina de Fomento, que reúne nações latino-americanas]."
O presidente do BNDES disse ainda que "a novidade" da conversa com Chávez foi "a idéia de Brasil e Venezuela se empenharem em um projeto tripartite" com a Argentina.
O objetivo da parceria é "realizar, ao menos, um grande projeto industrial", explicou Lessa.
"Não posso, por questões de sigilo bancário, falar de uma coisa que é ainda um sonho. Ocorre que, na conversa, ficou claro que é um sonho de fácil execução. Pode ser que em um ou dois meses a imprensa possa noticiar que os três países, por empresários privados, estejam fazendo um projeto industrial de imenso porte."
O presidente da Venezuela chegou ao Sofitel no início da manhã. Além de receber Lessa, Chávez manteve reuniões com ministros e assessores. Até o início da noite, ele não havia deixado o hotel.


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