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VÔO DA ÁGUIA
Operação América da PF terá 500 homens; aeroporto não será afetado
Por Bush, Brasília fecha parte
do espaço aéreo e isola suíte
Jorge Saenz/Associated Press
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Mães da Praça de Maio protestam contra a visita de Bush |
PEDRO DIAS LEITE
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O espaço aéreo de Brasília ficará
fechado em uma área de mais de
mil quilômetros quadrados durante a passagem do presidente
dos EUA, George W. Bush. Além
disso, no hotel do norte-americano, com os 395 quartos isolados
para a comitiva, nenhum brasileiro vai chegar a uma distância de
menos de 40 metros de sua suíte.
Entre o início da noite de amanhã e o final da tarde de domingo,
período de permanência de Bush
em Brasília, ficará proibido o vôo
de qualquer tipo de aeronave numa zona de exclusão a ser criada
num raio de 19 km a partir do hotel em que a comitiva norte-americana ficará hospedada. No esquema especial montado pela
FAB (Força Aérea Brasileira), sobre o hotel e a residência oficial da
Granja do Torto, estão vetados
vôos de helicópteros, aeronaves
comerciais e até ultraleves.
Com o auxílio de aviões radar
R-99 A, de caças supersônicos F-5
e dos Super Tucanos A-29, o espaço aéreo do Distrito Federal também será monitorado por radares
fixos do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego
Aéreo. O aeroporto de Brasília,
porém, não será afetado.
Em solo, toda a operação de segurança ficará por conta da Polícia Federal. Na Operação América, serão 500 homens, 250 deles
do serviço de inteligência e segurança da Casa Branca. Os demais,
agentes da PF, que promete não
reprimir manifestações pacíficas
contra a presença de Bush.
No hotel em que a comitiva vai
ficar, a suíte do presidente já foi
vistoriada e está isolada desde a
terça-feira. Ninguém é autorizado
a entrar no quarto. Ontem, funcionários do governo norte-americano começaram uma varredura nos 395 apartamentos.
"A partir de hoje, este hotel está
totalmente tomado pela embaixada americana", disse o gerente-geral do Blue Tree, Mário Dias. De
acordo com ele, a comitiva de
Bush não fez nenhuma exigência
especial, ao contrário do que
aconteceu durante a cúpula Árabe -quando foi necessário até
colocar um tapete "cor de pôr-do-sol" em um quarto.
A Casa Branca pediu apenas um
café da manhã comum para Bush,
com suco de laranja, frutas -como manga e mamão- e omelete.
A comida será preparada normalmente por funcionários do hotel
-são 300- e será levada somente até um ponto a 40 metros da
suíte. Dali pra frente, só gente do
governo dos EUA.
A suíte em que Bush vai ficar
tem 450 metros quadrados, três
quartos, escritório com internet
de alta velocidade e decoração toda de designers brasileiros. O preço é de R$ 8.000. Os quartos mais
baratos custam R$ 205. Pela tabela, cada dia da comitiva sairia por
ao menos R$ 100 mil.
O Blue Tree é dividido em duas
partes: o Park, onde ficará a comitiva, e o Towers, que tem moradores e hóspedes. Esse outro prédio
funcionará normalmente, mas os
clientes serão cadastrados e a segurança será reforçada.
A partir das 8h de amanhã, bem
antes da chegada de Bush, a movimentação já será extremamente
restrita, e o esquema só será relaxado às 20h de domingo.
Manifestações
Mesmo depois dos protestos cada vez mais violentos na Argentina, no Brasil a PF já informou que
só agirá se houver risco à comitiva
dos EUA. "O país é livre, a democracia está em pleno vapor. Por isso não haverá repressão contra
palavras de ordem, faixas e cartazes. Só haverá repressão se for colocada em risco a integridade física e mental do dignitário", disse o
coordenador de Defesa Institucional da PF, Wilson Damázio.
Ontem, já ocorreram manifestações. Cartazes contrários ao
americano foram colados em diferentes pontos, e paredes e marquises da catedral e do Memorial
JK amanheceram pichados.
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