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Lembo anuncia receita de R$ 1 bilhão e afasta risco de déficit
Dinheiro foi arrecadado com programa de redução de multas sobre o pagamento de ICMS atrasado e superou estimativa inicial de ganhos de R$ 500 mi
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo já arrecadou cerca de R$ 1 bilhão
com o programa de redução de
multas sobre o pagamento de
ICMS atrasado. A receita é praticamente o dobro dos R$ 500
milhões previstos com a medida, adotada para cobrir um buraco nas contas do Estado.
Como, ao longo de outubro,
foi concedida anistia de 90%
das multas aplicáveis, o governo ainda não fechou oficialmente os números do mês. Mas
o governador Cláudio Lembo
(PFL) adiantou:
"Pelos números preliminares, foi além da expectativa:
cerca de R$ 1 bilhão já", comemorou Lembo.
Segundo o governador, graças a esse bom desempenho, fica praticamente afastado o risco de déficit nas contas no fim
do ano. Ainda de acordo com
integrantes da equipe de transição, houve crescimento na arrecadação de outubro.
"Estou com uma voz tranqüila, não é? É um dinheirão. Vai
dar para o Serrinha fazer festinha no ano que vem", disse
Lembo em referência a seu sucessor, José Serra (PSDB).
No dia 30, Lembo assinou
um despacho suspendendo novas contratações na administração direta e autarquias, sob a
justificativa de que é um momento de transição. "Nos escaninhos dos burocratas tinha
contratação para todo lado. Como faziam por conta própria, é
dificil saber o que iria acontecer, que impacto teriam", disse.
Ao fazer um balanço de sua
atuação, lembrando que a legislação proibia contratação em
período eleitoral, Lembo brincou: "Este governinho não fez
nenhum sacanagenzinha".
Crise
Confirmadas as projeções de
Lembo, é o fim de uma crise
que abalou a campanha de Geraldo Alckmin à Presidência.
Em março, ainda no governo,
Alckmin assinou um decreto
para contenção de gastos num
total de R$ 1.458 bilhão. A medida teve que ser adotada porque a arrecadação do Estado ficou menor do que a projetada
em setembro do ano passado.
O governo do Estado atribui
a frustração de receita especialmente ao tímido crescimento
econômico. Todas as secretarias foram alvo de contingenciamento, à exceção de Saúde,
Educação, Segurança e Administração Penitenciária.
Nesses casos, o governo suspendeu o pagamento do que
fosse produto de emenda parlamentar, liberando os recursos
previstos na proposta original
do orçamento.
Para compensar essa perda
de arrecadação, o governo
apostava na venda de ações da
Nossa Caixa -mas a operação
foi suspensa a pedido de Serra- e em duas fontes alternativas de receita: o programa de
anistia de multas do ICMS e
uma blitz para a cobrança dos
contribuintes com IPVA em
atraso. Os dois programas foram adotados.
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