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Receita pode ter sido inflada, diz secretário de SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Em documento assinado
pelo secretário da Fazenda
de São Paulo, Luiz Tacca Júnior, o governo paulista admite oficialmente que pode
ter sido superestimada a receita para 2006, mas culpa o
governo federal pela discrepância das projeções.
A avaliação do governo, referente ao segundo quadrimestre, foi entregue na última terça-feira na Assembléia. Nesse período, segundo o documento, a arrecadação do ICMS foi de R$ 26,4
bilhões, R$ 2 bilhões acima
do valor de 2005, mas 1,7%
abaixo do previsto para 2006
(R$ 26,8 bilhões). "Se tomada como tendência para o
restante do ano a perda entre
a arrecadação prevista e a
realizada, a previsão anual de
R$ 40,8 bilhões certamente
será frustada. Isto é, a expansão nominal prevista de 8,8%
sobre a arrecadação de 2005
terá se mostrado superestimada", diz parte do texto.
A Fazenda também trabalha com a possibilidade de
mudança dessa curva, que
possibilitaria alcançar a previsão, ou, no mínimo, torná-la "frustada em menor proporção". Esta possibilidade
é, porém, a menos provável,
segundo Tacca Júnior.
A Fazenda se defende informando ter calculado o Orçamento com base nas pesquisas do Banco Central, que
"se mostraram totalmente
irrealistas". "A taxa de crescimento do PIB de 3,7% utilizada deve atingir uma taxa
próxima dos 3%. O mesmo
ocorrendo com o IPCA, que
deverá ser bastante inferior à
taxa de 5% adotada."
Apesar da frustração de receita, a Fazenda informa estar cumprindo "todas as metas e princípios da boa gestão
fiscal previstos na Lei de
Responsabilidade Fiscal".
Ao admitir a possibilidade
de ter superestimado a receita, o governo dá força às crítica das oposição, que acusa o
ex-governador Geraldo Alckmin de ter apresentado um
"Orçamento eleitoreiro".
"Parecia que era mil maravilhas, que o Estado estava
num potencial de investimento enorme, e a gente sabe que não é nada disso", disse o líder do PT, Enio Tatto.
Para o presidente da comissão de Finanças e Orçamento, José Caldini Crespo
(PFL), o documento aponta a
manutenção do rigor dos
gastos. "O ano está acabando,
se Lembo liberar também
em meados de dezembro a
Inês é morta. Eu acredito
que esse contingenciamento
vai acabar perdurando."
(ROGÉRIO PAGNAN)
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