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PF ouvirá suspeita de adquirir celular "frio" para ex-petista
Telefone teria sido usado por Hamilton Lacerda durante a negociação do dossiê
De todos os envolvidos na negociação para comprar o dossiê, Lacerda foi o único que não telefonou para o número de Ana Paula Vieira
Rodrigo Paiva - 29.set.2006/Folha Imagem
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Hamilton Lacerda, ex- assessor do senador Aloizio Mercadante |
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
A Polícia Federal vai ouvir na
semana que vem Ana Paula
Cardoso Vieira, suspeita de ter
sido usada como "laranja" na
aquisição de um celular "frio"
que teria sido empregado pelo
ex-petista Hamilton Lacerda
durante o período de negociação do dossiê contra tucanos.
O delegado que cuida do caso,
Diógenes Curado, encaminharia ainda ontem carta precatória à PF de São Paulo para Ana
Paula ser ouvida. Segundo dados do sigilo telefônico dos envolvidos com a compra do material contra o PSDB, obtidos
pela Folha, o número em nome
de Ana Paula foi usado para falar com Jorge Lorenzetti, Expedito Veloso, Oswaldo Bargas
e Gedimar Passos -todos integrantes da campanha de Lula.
Somente com Lorenzetti,
apontado pela PF como o "articulador" do dossiê contra tucanos, foram trocadas 33 ligações
entre meados de agosto e 16 setembro, um dia após Gedimar e
Valdebran Padilha terem sido
presos, no hotel Íbis, em São
Paulo, com R$ 1,75 milhão.
Lorenzetti chegou a falar de
sua casa (quatro ligações), em
Florianópolis (SC), com o suposto celular "frio" usado por
Lacerda. Há também 43 telefonemas trocados entre o número de Ana Paula e ramais do comitê de campanha de Lula.
Segundo a Folha apurou, o
delegado Curado está convencido de que o telefone dela era
usado por Lacerda. Há diversas
ligações feitas pelo número
pessoal de Lacerda em horários
próximos e a partir das mesmas cidades de onde foram feitas ou recebidas chamadas no
telefone de Ana Paula. E, de todos os diretamente envolvidos
com o dossiê, o único que não
trocou ligações com o número
de Ana Paula foi Lacerda.
Ontem, o advogado Ubiratan
Cavalcanti, que representa Sirley Chaves e Fernando Ribas,
sócios da casa de câmbio Vicatur, entregou à PF petição na
qual alegou que seus clientes
não teriam como informar para quem venderam os dólares
apreendidos na operação.
A PF rastreou que pelo menos US$ 79 mil encontrados
com a dupla no hotel Íbis saíram da Vicatur, localizada em
Nova Iguaçu (RJ). Segundo o
advogado, a casa de câmbio não
teria controle do número de série das notas que são vendidas.
Curado ficou decepcionado
com a petição, que inclui declarações de bons antecedentes
dos sócios da Vicatur. Quando
colheu o depoimento dos dois,
em outubro, o delegado lhes
disse que poderiam usufruir do
benefício da delação premiada,
desde que concordassem em
colaborar. Eles recusaram, mas
Curado esperava que voltassem atrás, o que não ocorreu.
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