São Paulo, sexta, 4 de dezembro de 1998

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Governo apresentará projeto a novo Congresso

da Sucursal de Brasília

O governo deverá apresentar em fevereiro um projeto de lei que institui a cobrança de contribuição previdenciária dos servidores públicos aposentados e dos pensionistas da União e aumentar a contribuição dos funcionários na ativa. Essa combinação foi considerada pelos governistas o principal motivo da derrota de anteontem no Congresso.
O anúncio foi feito ontem pelo líder do governo no Congresso, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), depois de almoçar com o presidente Fernando Henrique Cardoso. O projeto de lei será votado pelos parlamentares que vão compor o próximo Congresso a partir de 1º de fevereiro.
"A mistura não foi positiva. Inicialmente, todos resistimos, mas aceitamos", afirmou Arruda. Aliados dissidentes declararam ontem que votariam a favor da medida provisória rejeitada na noite de anteontem se a cobrança dos inativos não tivesse sido incluída.
Os líderes aliados desconheceram vários sinais de que o governo poderia ser derrotado na noite de anteontem e apostaram na votação, que exigia apenas o apoio da maioria dos presentes na sessão.
"Governo que não consegue vencer uma votação que precisa apenas da maioria simples não pode vencer nada", disse Arruda, um dos líderes que insistiram em votar a MP na noite de quarta passada.
"Perdemos porque erramos em tudo. Foram vários pequenos erros. Ninguém (governistas) pode ficar isento. Todos nós erramos", avaliou o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE).
O governo conseguiu 187 votos favoráveis. O placar registrou 205 votos contrários e 7 abstenções.
Depois da derrota do governo no Congresso, FHC disse a líderes governistas que esperava que a decisão dos parlamentares não fizesse as Bolsas caírem. O presidente afirmou que o momento é "grave" e os parlamentares deveriam ter consciência disso.
"Nunca vi o presidente tão irritado, tão preocupado", disse Arruda, que participou do encontro.
Líderes governistas e de oposição consideram que pesou na decisão de anteontem o fato de a Câmara já ter rejeitado a cobrança previdenciária dos inativos por quatro vezes nos últimos quatro anos.



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