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Para concorrentes, negócio ajuda a manter alternativas aos EUA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os concorrentes franceses e
suecos do F-X2 apontam a necessidade de manter um polo
de tecnologia militar alternativo aos EUA como pontos fortes
de suas ofertas.
"Para nós é importantíssimo
esse negócio, já que enfrentamos a vontade americana de
destruir a indústria de aviação
militar europeia", afirmou
Jean-Marc Merialdo, diretor
da francesa Dassault no Brasil.
O seu Rafale enfrenta problemas de escala industrial, que
perdeu todas as disputas das
quais participou. "A falta de
êxito decorre de razões políticas. Depois do 11 de Setembro,
como se sabe, a França foi crítica à política americana. Isso teve um custo", afirmou.
Sem escala, o produto e sua
manutenção ficam caras. O Rafale unitariamente custa algo
perto de 60 milhões de euros, o
que já é alto. Mas avião não é
eletrodoméstico, não se paga o
preço de face, e sim a logística
envolvida. A Austrália, por
exemplo, pagou US$ 200 milhões pela unidade de seus F-18
-quatro vezes mais que o preço "de prateleira".
O ponto de venda da sueca
Saab para seu caça Gripen NG,
por sua vez, é quase terceiro-mundista. Diz oferecer o produto mais barato e não-alinhado, no caso com um dos membros permanentes do Conselho
de Segurança da ONU (especificamente, EUA e França).
"A Suécia é a única a oferecer
uma opção independente", disse à Folha Bob Kemp, vice-presidente para marketing da Gripen International, subsidiária
da Saab e da britânica BAE
Systems que vende o caça.
Mas um terço do caça é americano. Kemp defende-se. "Não
é tecnologia sensível, essa é dominada pela Suécia."
E quanto custa? "Nós estimamos algo entre 50% do preço de nossos competidores",
diz Kemp, citando como referência uma proposta aberta feita à Dinamarca: cerca de US$
70 milhões por cada um dos 48
aviões solicitados, com toda a
logística e o treinamento.
Kemp minimiza o fato de
que o Gripen NG não existe na
prática. E defende que sua
maior desvantagem -ser monomotor- resultará em preço
mais baixo de operação: a hora-vôo num Gripen, diz, é de
US$ 3.000, contra US$ 14 mil
de seus dois concorrentes.
(IG)
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