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Imagem de Lula foi danificada, acredita editora
DE LONDRES
Hilary Wainwright é editora da
revista de esquerda Red Pepper,
diretora de pesquisa do Transnational Institute e tem dois livros
publicados no Brasil: "Poder Popular no Séc. 21" (Xamã) e "Uma
Resposta ao Neoliberalismo: argumentos para uma nova esquerda" (Jorge Zahar), este com prefácio de Marco Aurélio Garcia.
Resolveu lançar o dossiê sobre a
crise por causa de sua amizade
com integrantes do PT e para
compreender o que se passara.
Ela e Sue Branford, outra conhecedora da esquerda brasileira,
publicaram recentemente no diário "The Guardian" um resumo
do dossiê. Wainwright conta que,
após a publicação, a Embaixada
do Brasil em Londres as procurou
para informar que, se quisessem,
o secretário-geral da Presidência,
Luiz Dulci, poderia falar com elas
para esclarecer dúvidas. Responderam que só topariam se fosse
com Lula.
(FV)
Folha - Qual a principal conclusão do dossiê?
Hilary Wainwright - É a de que o
PT falhou ao se distanciar dos
movimentos sociais. O princípio
da democracia participativa, já
aplicado com sucesso em governos regionais do partido, poderia
ter sido a base do governo de Lula,
mas virou marginal.
Folha - No Brasil, a imagem de Lula se desgastou menos do que a do
PT. E na Europa?
Wainwright - A imagem dele como alguém capaz de liderar uma
mudança radical de políticas foi
danificada. Por outro lado, o que
ele faz com Chávez e Kirchner,
uma união que surge como alternativa ao poder dos EUA, continua admirado. Mas eu acho que,
entre os três, o Lula é o mais fraco.
Folha - Você acha que o Marco Aurélio Garcia falaria as coisas que falou no dossiê à imprensa?
Wainwright - Talvez não. Ali [no
dossiê] ele fala como acadêmico,
alguém comprometido com uma
análise histórica do PT e da esquerda.
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