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Incra de MS nega problemas em compra de terras
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O Incra de Mato Grosso do Sul
afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os processos
de compra de fazendas no Estado
são feitos de forma correta e aprovados em audiência pública.
De acordo com a assessoria, as
audiências são acompanhadas
pelo Ministério Público e Justiça
Federal. Se houver dúvidas quanto ao valor das fazendas, diz o Incra, os questionamentos devem
ser feitos durante a audiência.
Para o órgão, a investigação do
Ministério Público Estadual é inválida, pois o processo de compra
da fazenda Santa Maria foi arquivado em 19 de janeiro, quatro dias
antes da realização do leilão em
que a propriedade foi vendida.
Porém, na ata do leilão, assinada pela juíza Luciane Buriasco de
Oliveira Mello, consta que o Incra
mandou representante ao evento
para informar ao novo proprietário que a área estava em processo
de compra amigável para fins de
reforma agrária.
A assessoria do Incra alega desconhecer esse procedimento e
reafirma que o processo de compra foi arquivado. O Incra teria
desistido da compra da propriedade porque o Ibama reprovou a
instalação do assentamentos no
entorno do Parque Nacional da
Bodoquena. Segundo o órgão, as
imposições do Ibama são seguidas à risca, no intuito de preservar
as reservas ambientais da região.
Além de obedecer normas do
Ibama, o Incra afirma que não
existe risco de assentar famílias
em terra imprópria. A assessoria
diz que o órgão faz análise detalhada das propriedades, principalmente da qualidade para agricultura, e, se houver problemas, a
fazenda sai da lista de avaliação.
Os problemas encontrados pela
reportagem nos assentamentos
Guaicurus e Santa Lúcia, em Bonito, seriam resultado de um sistema ultrapassado de reforma
agrária, segundo o Incra. Nas
duas comunidades, os sem-terra
não conseguem produzir e não tiram da terra o sustento. Para o órgão, é preciso investir na capacitação das pessoas e na utilização da
terra, ensinando o cultivo de culturas diversas aos assentados.
A Folha procurou o superintendente do Incra em Mato Grosso
do Sul, Luiz Carlos Bonelli, mas
ele está em férias, segundo a assessoria. O substituto, Valdir Périus,
está viajando e não pôde falar
com a reportagem.
(ARC)
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