São Paulo, domingo, 05 de fevereiro de 2006

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Incra de MS nega problemas em compra de terras

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O Incra de Mato Grosso do Sul afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os processos de compra de fazendas no Estado são feitos de forma correta e aprovados em audiência pública.
De acordo com a assessoria, as audiências são acompanhadas pelo Ministério Público e Justiça Federal. Se houver dúvidas quanto ao valor das fazendas, diz o Incra, os questionamentos devem ser feitos durante a audiência.
Para o órgão, a investigação do Ministério Público Estadual é inválida, pois o processo de compra da fazenda Santa Maria foi arquivado em 19 de janeiro, quatro dias antes da realização do leilão em que a propriedade foi vendida.
Porém, na ata do leilão, assinada pela juíza Luciane Buriasco de Oliveira Mello, consta que o Incra mandou representante ao evento para informar ao novo proprietário que a área estava em processo de compra amigável para fins de reforma agrária.
A assessoria do Incra alega desconhecer esse procedimento e reafirma que o processo de compra foi arquivado. O Incra teria desistido da compra da propriedade porque o Ibama reprovou a instalação do assentamentos no entorno do Parque Nacional da Bodoquena. Segundo o órgão, as imposições do Ibama são seguidas à risca, no intuito de preservar as reservas ambientais da região.
Além de obedecer normas do Ibama, o Incra afirma que não existe risco de assentar famílias em terra imprópria. A assessoria diz que o órgão faz análise detalhada das propriedades, principalmente da qualidade para agricultura, e, se houver problemas, a fazenda sai da lista de avaliação.
Os problemas encontrados pela reportagem nos assentamentos Guaicurus e Santa Lúcia, em Bonito, seriam resultado de um sistema ultrapassado de reforma agrária, segundo o Incra. Nas duas comunidades, os sem-terra não conseguem produzir e não tiram da terra o sustento. Para o órgão, é preciso investir na capacitação das pessoas e na utilização da terra, ensinando o cultivo de culturas diversas aos assentados.
A Folha procurou o superintendente do Incra em Mato Grosso do Sul, Luiz Carlos Bonelli, mas ele está em férias, segundo a assessoria. O substituto, Valdir Périus, está viajando e não pôde falar com a reportagem. (ARC)


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