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Mercadante reluta, mas intensifica as viagens pelo Estado
Petista insiste na candidatura ao Senado e diz que pesada agenda pelo interior faz parte da atuação como congressista
Senador é o nome preferido do presidente Lula para concorrer ao governo paulista caso Ciro Gomes desista mesmo do projeto
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto Ciro Gomes (PSB-CE) se distancia do projeto
eleitoral de São Paulo e o PT estadual aguarda praticamente
imóvel uma orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a sucessão, o senador
Aloízio Mercadante (PT-SP)
iniciou o ano com uma pesada
agenda de viagens pelo Estado.
Somente em janeiro o petista
visitou 26 municípios -sete
deles administrados pelo PT.
As regiões atingidas pelas enchentes são o foco de Mercadante. O senador afirma que
"faria isso em qualquer circunstância" e que as viagens
são parte da sua atuação como
parlamentar. "É o sentido do
meu mandato no Senado: a representação do Estado", disse.
A boa interlocução do senador petista com prefeitos de
São Paulo é apontada por correligionários como um fator
preponderante para sua escolha como candidato ao governo,
se confirmada a desistência de
Ciro. No Senado, Mercadante
criou em seu gabinete um setor
para atender e encaminhar demandas, sobretudo dos pequenos e médios municípios.
Pesaria contra Mercadante,
porém, o episódio dos "aloprados" na eleição de 2006, quando petistas do entorno de sua
candidatura ao governo foram
investigados pela Polícia Federal por tentarem comprar dossiê que supostamente comprometeria políticos do PSDB.
A direção do PT em São Paulo marcou para a próxima quinta-feira uma conversa com Ciro
Gomes, em Brasília, da qual
participarão dirigentes de nove
partidos. "Vamos sair deste encontro com um encaminhamento", afirma o presidente estadual da sigla, Edinho Silva.
"O Mercadante é uma liderança extremamente respeitada. Ele tem se declarado candidato ao Senado, mas se disser
que quer entrar na disputa, terá
espaço para construir sua candidatura", afirmou Silva.
Mercadante admitiu a aliados que a pressão para disputar
o governo tem aumentado nas
últimas semanas. Nos bastidores, ele incentiva outros nomes
do PT a não desistirem da disputa, como o prefeito de Osasco, Emidio de Souza.
"O Emidio tem uma longa
militância e uma história no
partido", diz Mercadante, que
também cita o ministro Fernando Haddad (Educação) e a
ex-prefeita Marta Suplicy como "excelentes nomes".
Ao ser questionado se resistiria a um pedido de Lula para
concorrer em São Paulo, o senador responde: "Em primeiro
lugar, o Lula não me pediu. Em
segundo, tudo o que eu construí e estou construindo é em
torno da reeleição", explica o
senador, para quem o PT não
poderá abrir mão de eleger uma
bancada forte que dê governabilidade numa eventual eleição
da ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) à Presidência.
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