São Paulo, sexta-feira, 05 de fevereiro de 2010

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Mercadante reluta, mas intensifica as viagens pelo Estado

Petista insiste na candidatura ao Senado e diz que pesada agenda pelo interior faz parte da atuação como congressista

Senador é o nome preferido do presidente Lula para concorrer ao governo paulista caso Ciro Gomes desista mesmo do projeto


MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto Ciro Gomes (PSB-CE) se distancia do projeto eleitoral de São Paulo e o PT estadual aguarda praticamente imóvel uma orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a sucessão, o senador Aloízio Mercadante (PT-SP) iniciou o ano com uma pesada agenda de viagens pelo Estado. Somente em janeiro o petista visitou 26 municípios -sete deles administrados pelo PT.
As regiões atingidas pelas enchentes são o foco de Mercadante. O senador afirma que "faria isso em qualquer circunstância" e que as viagens são parte da sua atuação como parlamentar. "É o sentido do meu mandato no Senado: a representação do Estado", disse.
A boa interlocução do senador petista com prefeitos de São Paulo é apontada por correligionários como um fator preponderante para sua escolha como candidato ao governo, se confirmada a desistência de Ciro. No Senado, Mercadante criou em seu gabinete um setor para atender e encaminhar demandas, sobretudo dos pequenos e médios municípios.
Pesaria contra Mercadante, porém, o episódio dos "aloprados" na eleição de 2006, quando petistas do entorno de sua candidatura ao governo foram investigados pela Polícia Federal por tentarem comprar dossiê que supostamente comprometeria políticos do PSDB.
A direção do PT em São Paulo marcou para a próxima quinta-feira uma conversa com Ciro Gomes, em Brasília, da qual participarão dirigentes de nove partidos. "Vamos sair deste encontro com um encaminhamento", afirma o presidente estadual da sigla, Edinho Silva.
"O Mercadante é uma liderança extremamente respeitada. Ele tem se declarado candidato ao Senado, mas se disser que quer entrar na disputa, terá espaço para construir sua candidatura", afirmou Silva.
Mercadante admitiu a aliados que a pressão para disputar o governo tem aumentado nas últimas semanas. Nos bastidores, ele incentiva outros nomes do PT a não desistirem da disputa, como o prefeito de Osasco, Emidio de Souza.
"O Emidio tem uma longa militância e uma história no partido", diz Mercadante, que também cita o ministro Fernando Haddad (Educação) e a ex-prefeita Marta Suplicy como "excelentes nomes".
Ao ser questionado se resistiria a um pedido de Lula para concorrer em São Paulo, o senador responde: "Em primeiro lugar, o Lula não me pediu. Em segundo, tudo o que eu construí e estou construindo é em torno da reeleição", explica o senador, para quem o PT não poderá abrir mão de eleger uma bancada forte que dê governabilidade numa eventual eleição da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência.


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