São Paulo, segunda-feira, 05 de março de 2007

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Comércio deverá ser assunto de Lula nos EUA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA COLUNISTA DA FOLHA

Se a perspectiva das conversas entre George W. Bush e Lula em São Paulo envolve mais o biocombustível, a OMC (Organização Mundial do Comércio) e as questões políticas, a expectativa é de que a pauta sofra mudança expressiva quando Lula for a Washington no próximo dia 31. Na nova conversa, o tema comercial provavelmente será o centro da agenda.
"O diálogo entre os presidentes, portanto, é político e econômico", disse o embaixador Everton Vieira Vargas, subsecretário geral para Assuntos Políticos e terceiro homem na hierarquia do Itamaraty.
Documentos do Itamaraty registram que cerca de 400 das 500 maiores empresas norte-americanas têm interesse no Brasil, 60% no setor industrial.
A contrapartida é verdadeira: a estimativa oficial é que as empresas brasileiras invistam em torno de US$ 2 bilhões nos EUA, entre elas a Petrobras, a Embraer, a Cutrale, a Votorantim e grandes construtoras.
As exportações brasileiras para os EUA cresceram 8,7% em 2006, e o Brasil é o 13% parceiro comercial dos EUA.
Já os EUA são responsáveis por 18% das exportações brasileiras e, do total de vendas, 5% correspondem a aviões.
A visita de Bush, diz o embaixador, reflete "a percepção do trabalho de liderança que o país vem exercendo em vários itens da agenda internacional". O comando da Força de Paz no Haiti é citado como um exemplo. Vargas destaca "a forma como o Brasil trabalha com seus vizinhos, mesmo quando não há coincidência de opiniões".
Do lado brasileiro, há expectativa de que haja consenso político para um fecho da Rodada Doha (de liberalização mundial do comércio) neste semestre.
Segundo o embaixador, os dois presidentes também vão falar sobre a pretensão do Brasil de ocupar um vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Também entrará nas conversas a questão ambiental. Os EUA, maiores emissores de gases, se recusaram a assinar o Protocolo de Kyoto, que prevê a redução dessa emissão na atmosfera. (CLÁUDIA DIANNI E ELIANE CANTANHÊDE)

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