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Comércio deverá ser assunto de Lula nos EUA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA COLUNISTA DA FOLHA
Se a perspectiva das conversas entre George W. Bush e Lula em São Paulo envolve mais o
biocombustível, a OMC (Organização Mundial do Comércio)
e as questões políticas, a expectativa é de que a pauta sofra
mudança expressiva quando
Lula for a Washington no próximo dia 31. Na nova conversa,
o tema comercial provavelmente será o centro da agenda.
"O diálogo entre os presidentes, portanto, é político e econômico", disse o embaixador
Everton Vieira Vargas, subsecretário geral para Assuntos
Políticos e terceiro homem na
hierarquia do Itamaraty.
Documentos do Itamaraty
registram que cerca de 400 das
500 maiores empresas norte-americanas têm interesse no
Brasil, 60% no setor industrial.
A contrapartida é verdadeira:
a estimativa oficial é que as empresas brasileiras invistam em
torno de US$ 2 bilhões nos
EUA, entre elas a Petrobras, a
Embraer, a Cutrale, a Votorantim e grandes construtoras.
As exportações brasileiras
para os EUA cresceram 8,7%
em 2006, e o Brasil é o 13% parceiro comercial dos EUA.
Já os EUA são responsáveis
por 18% das exportações brasileiras e, do total de vendas, 5%
correspondem a aviões.
A visita de Bush, diz o embaixador, reflete "a percepção do
trabalho de liderança que o país
vem exercendo em vários itens
da agenda internacional". O comando da Força de Paz no Haiti é citado como um exemplo.
Vargas destaca "a forma como o
Brasil trabalha com seus vizinhos, mesmo quando não há
coincidência de opiniões".
Do lado brasileiro, há expectativa de que haja consenso político para um fecho da Rodada
Doha (de liberalização mundial
do comércio) neste semestre.
Segundo o embaixador, os
dois presidentes também vão
falar sobre a pretensão do Brasil de ocupar um vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Também entrará nas conversas a questão ambiental. Os
EUA, maiores emissores de gases, se recusaram a assinar o
Protocolo de Kyoto, que prevê
a redução dessa emissão na atmosfera.
(CLÁUDIA DIANNI E ELIANE CANTANHÊDE)
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