São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2008

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Lupi decide se licenciar da presidência do PDT

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Carlos Lupi (Trabalho) decidiu deixar a presidência nacional do PDT, segundo a Folha apurou, para evitar um confronto do seu partido com o governo e encerrar uma queda de braço que vem travando com a Comissão de Ética Pública. Ele convocou reunião ampliada da Executiva Nacional do seu partido para hoje, quando a estratégia para sua saída deve ser acertada.
A idéia é que a licença seja anunciada como uma decisão de comum acordo com o partido, para evitar desgastes ao ministro. Quando recebeu o convite para o ministério, o PDT também se reuniu para "autorizá-lo" a aceitar o cargo.
A Folha apurou que o secretário-geral do partido, Manoel Dias, é quem assumirá a presidência no período em que Lupi estiver licenciado. O vice-presidente do partido, deputado Vieira da Cunha (RS), é líder da bancada na Câmara, e o segundo-vice, Jackson Lago, governador do Maranhão, e não desejam acumular a função.
Dias pertence ao grupo fundador do PDT e é afinado com idéias de Leonel Brizola, morto em 2004, e Lupi. Pedetistas afirmam que sua presença no comando da sigla é o mesmo que manter Lupi no cargo. Ele mesmo admite. "A permanência de Lupi na presidência ou licenciado não muda em nada o andamento do partido dado a unidade que temos hoje."
Entre pedetistas, a avaliação é que, se Lupi optasse por deixar o ministério, levantaria uma discussão sobre se o PDT deve ficar na base do governo.
No partido, a avaliação é que as denúncias contra ele, de que teria beneficiado ONGs comandadas por pedetistas, não pesam contra a legenda.
A permanência de Lupi no ministério vem sendo questionada pela Comissão de Ética Pública, que considera incompatível o acúmulo da função de ministro com a de presidente do partido. Lupi responde acusando Marcílio Marques Moreira, que era presidente do órgão, de perseguição. Ontem, Lupi não quis se manifestar.


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