São Paulo, quarta-feira, 05 de abril de 2006

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CLIMA

Ex-petista e presidente do Sebrae se exaltam

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A acareação na CPI dos Bingos entre o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e o economista Paulo de Tarso Venceslau foi tensa, mas não faltaram momentos de descontração. Em cinco horas de sessão, Okamotto e Venceslau sentaram-se frente a frente, a um metro e meio de distância.
Venceslau estava sozinho. O presidente do Sebrae foi auxiliado por dois advogados, que conseguiram no STF (Supremo Tribunal Federal) autorização para fazer intervenções e lhe dar dicas.
Okamotto se exaltou quando o economista relatou conversa sobre as denúncias contra a CPEM, empresa da qual seria sócio Roberto Teixeira -compadre de Lula. Okamotto começou tratando Venceslau como "ex-companheiro de partido", mas depois passou a chamá-lo de "mentiroso" repetidas vezes. O economista rebateu no mesmo tom.
O senador Romeu Tuma (PFL-SP) chamou atenção para a "agressividade" de Okamotto, dizendo que ele parecia frio por fora, mas tenso por dentro.
"Fui difamado, caluniado, o senhor tem razão. Estou nervoso e agoniado. A gente não tem espaço para se defender", disse Okamotto. Por mais de uma vez, ele disse que tem sido vítima de divulgação de dados que deveriam ser sigilosos. "Eu talvez seja o único cidadão brasileiro que uma revista tenha todas a declarações de Imposto de Renda e as use para publicar", reclamou Okamotto.
Ao pedir que Venceslau contasse como Okamotto supostamente atuava para arrecadar recursos para o partido, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) provocou risos ao pronunciar erroneamente a palavra "achaque": "A todo o momento o sr. diz "acharque" (sic)...". Foi corrigido pelo colega Magno Malta (PL-ES).
Venceslau exaltou-se ao ser questionado por Salgado sobre seu passado como militante de esquerda na ditadura militar e sobre os motivos que o fizeram abandonar o cargo de secretário na Prefeitura de Campinas.
No final, foi Okamotto quem tentou fazer piada sobre a quebra de sigilos. Questionado se estaria disposto a abri-lo, respondeu: "Vou abrir é a braguilha. Vou ao banheiro. Estou apertado."


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