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Governo pede ajuda internacional para bloquear dinheiro da Camargo Corrêa
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Justiça já encaminhou o pedido de colaboração internacional para tentar
bloquear valores remetidos para o exterior pela construtora
Camargo Corrêa, supostamente por vias ilegais.
Durante um ano e três meses
de investigação da Operação
Castelo de Areia, a Polícia Federal identificou, por meio de
escuta telefônica e interceptação de e-mail e fax, dezenas de
transferências de valores para a
Alemanha, Suíça, Israel, Uruguai, China e Angola.
O advogado da Camargo Corrêa, Antônio Claudio Mariz de
Oliveira, afirmou que nos autos
não há prova documental que
vincule a construtora ao cometimento de crimes.
Num primeiro momento, a
Justiça brasileira quer o congelamento cautelar de eventuais
valores, até que a PF e a Procuradoria concluam a apuração e
confirmem a origem e a legalidade do caminho usado para
enviar dinheiro para fora do
país. Se confirmada qualquer
irregularidade, o governo irá
pedir a repatriação de valores.
No relatório final enviado à
Justiça, a procuradora da República Karen Kahn disse que
as escutas indicam que o doleiro Kurt Paul Pickel operava o
câmbio ilegal de moeda estrangeira, em favor da construtora,
com envio ilegal ao exterior de
vultosas divisas. As remessas,
disse ela, eram controladas pelas secretárias dos executivos.
A defesa de Kurt informa que
ele não cometeu crime.
São investigados os executivos Pietro Bianchi, Dárcio Brunato, Fernando Dias Gomes e
Raggi Badra Neto, além de duas
secretárias e quatro doleiros.
Na investigação, a PF interceptou conversas de funcionários
da Camargo Corrêa cobrando
os doleiros sobre a ausência de
documentos que confirmassem eventuais remessas para o
exterior.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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