São Paulo, domingo, 05 de abril de 2009

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Governo pede ajuda internacional para bloquear dinheiro da Camargo Corrêa

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Justiça já encaminhou o pedido de colaboração internacional para tentar bloquear valores remetidos para o exterior pela construtora Camargo Corrêa, supostamente por vias ilegais.
Durante um ano e três meses de investigação da Operação Castelo de Areia, a Polícia Federal identificou, por meio de escuta telefônica e interceptação de e-mail e fax, dezenas de transferências de valores para a Alemanha, Suíça, Israel, Uruguai, China e Angola.
O advogado da Camargo Corrêa, Antônio Claudio Mariz de Oliveira, afirmou que nos autos não há prova documental que vincule a construtora ao cometimento de crimes.
Num primeiro momento, a Justiça brasileira quer o congelamento cautelar de eventuais valores, até que a PF e a Procuradoria concluam a apuração e confirmem a origem e a legalidade do caminho usado para enviar dinheiro para fora do país. Se confirmada qualquer irregularidade, o governo irá pedir a repatriação de valores.
No relatório final enviado à Justiça, a procuradora da República Karen Kahn disse que as escutas indicam que o doleiro Kurt Paul Pickel operava o câmbio ilegal de moeda estrangeira, em favor da construtora, com envio ilegal ao exterior de vultosas divisas. As remessas, disse ela, eram controladas pelas secretárias dos executivos.
A defesa de Kurt informa que ele não cometeu crime.
São investigados os executivos Pietro Bianchi, Dárcio Brunato, Fernando Dias Gomes e Raggi Badra Neto, além de duas secretárias e quatro doleiros. Na investigação, a PF interceptou conversas de funcionários da Camargo Corrêa cobrando os doleiros sobre a ausência de documentos que confirmassem eventuais remessas para o exterior. (LILIAN CHRISTOFOLETTI)


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