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Ex-prefeito diz
ter sido ofendido
e humilhado
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de depor por uma hora e
meia na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta disse
ter se sentido "ofendido e humilhado" por ter sido detido e levado à PF. Pitta foi preso durante
sessão da CPI do Banestado, após
responder a uma pergunta do senador Antero Paes de Barros
(PSDB-MT), presidente da comissão. Os deputados consideraram agressiva a sua resposta e lhe
deram voz de prisão.
Na saída da PF, Pitta lamentou o
desenrolar do depoimento. Ele
disse ter se sentido agredido pelo
questionamento do senador, que
perguntou se o ex-prefeito é corrupto. A resposta do ex-prefeito,
durante a sessão, foi perguntar ao
senador se ele "continuava batendo na mulher".
"Não tive intenção de ofender o
senador", disse Pitta. "Fui ofendido e estou humilhado", falou,
pouco antes de entrar no carro
que o levou ao aeroporto, de onde
voltou para São Paulo.
Pitta foi detido no Congresso às
13h20, quando Antero encerrou a
sessão. Levado à PF, o ex-prefeito
permaneceu calmo durante todo
o depoimento. Foi liberado por
volta das 15h30, mas deixou o prédio apenas às 16h.
O advogado de Pitta, Celso Vilardi, disse que o episódio foi lamentável "sob todos os pontos de
vista". Ele insistiu que é necessário fazer uma reflexão sobre os
poderes que parlamentares de
uma CPI têm.
Vilardi sustentou que não houve nenhum tipo de desacato por
parte do ex-prefeito. "Muito pelo
contrário, houve uma pergunta
[do senador] com intuito claramente provocativo a uma pessoa
que estava depondo havia duas
horas", disse Vilardi, que considerou a reação de seu cliente normal
para um momento estressante.
"A pergunta atingiu a honra do
depoente", complementou o advogado de Pitta.
Potencial ofensivo
Segundo o delegado William Tito Marinho, que ouviu o ex-prefeito, não chegou a ser registrada
prisão em flagrante por se tratar
de um crime de menor potencial
ofensivo e pelo fato de Pitta ter se
comprometido a comparecer à
Justiça. Durante o período em que
foi mantido nas dependências da
PF, o ex-prefeito ficou no gabinete
do delegado.
O termo circunstanciado (por
ser crime leve, não há inquérito)
seguirá para o Juizado Especial
Criminal, que determinará se
houve ou não crime de desacato à
autoridade. Cabe ainda à Justiça
Federal determinar a punição,
que pode ser multa, pena alternativa ou detenção de seis meses a
dois anos (relativa ao crime de desacato à autoridade).
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