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Grupo pró-Kassab decide oficializar divisão tucana
Parte do PSDB quer barrar anúncio da pré-candidatura de Geraldo Alckmin hoje
Diretório municipal se reúne para lançar ex-governador como candidato a prefeito; parte da sigla ainda tenta viabilizar apoio a democrata
Matuiti Mayezo/Folha Imagem
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Fachada da sede da construtora OAS, em São Paulo; empresa tem seis obras questionadas pelo TCU
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo de tucanos apoiadores do prefeito Gilberto Kassab
(DEM) decidiu no final de semana que irá se opor formalmente hoje à noite ao lançamento da candidatura de Geraldo Alckmin a prefeito da capital paulista.
Será a primeira vez que o racha no PSDB, que se arrasta há
quase um ano, chegará formalmente à principal instância
partidária municipal, o diretório paulistano, que tem reunião
marcada para as 19h30.
O encontro do diretório foi
convocado pelo presidente da
sigla em São Paulo, José Henrique Reis Lobo, para lançar oficialmente a pré-campanha do
ex-governador do PSDB, que lidera, ao lado da petista Marta
Suplicy, a preferência das intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha.
Anteontem, vereadores tucanos estiveram com Lobo e o
avisaram que vão defender a
manutenção da aliança com
Kassab, pré-candidato à reeleição. O PSDB integra a administração do democrata, eleito vice de José Serra em 2004. Kassab assumiu a prefeitura em
2006, quando o titular saiu para disputar e ganhar o governo
do Estado.
Dos 12 vereadores tucanos,
apenas Tião Farias não participou do encontro. Foi a segunda
reunião da bancada com Lobo
ao longo da semana. Na primeira, ele pediu ao grupo que "refletisse mais" antes de se opor
ao nome de Alckmin. "Apesar
de um confronto que me parece
inevitável, espero que a reunião
[de hoje] se dê num clima de civilidade", afirmou Lobo.
O secretário municipal de
Esportes, Walter Feldman
(PSDB), enviou uma carta a Lobo pedindo o adiamento do
anúncio da candidatura do ex-governador a prefeito.
Lobo, porém, insiste: "Só saio
de lá com a candidatura Alckmin colocada pelo partido".
Outro secretário tucano, Ricardo Montoro (Participação e
Parcerias), também pretende
trabalhar pela união com o Democratas na capital: "Estou
disposto a defender a manutenção da aliança com o Kassab
na reunião do diretório, desde
que haja clima para isso. Ninguém quer ser hostilizado".
Feldman apresentou ainda
um ofício alegando que o diretório foi convocado para discutir o processo sucessório, não
para deliberar a respeito.
"O Alckmin dizia que seria
candidato se esse fosse o sentimento do partido. O partido está absolutamente dividido",
afirmou Feldman.
Uma das alternativas discutidas pelo grupo de tucanos pró-Kassab ontem era boicotar a
reunião do diretório hoje e dar
uma entrevista anunciando seu
apoio ao prefeito do DEM.
Sem alianças, Alckmin tem
pressionado o diretório paulistano do PSDB pela oficialização
de sua candidatura, o que tornaria mais fácil a busca de parcerias e recursos.
Na outra ponta, no entanto, a
ala tucana pró-Kassab, quase
toda ela ligada a Serra, trabalha
para ganhar tempo e manter
Alckmin isolado politicamente.
A estratégia seria adiar a decisão para a convenção do partido, que deve ocorrer em junho.
Segundo a Folha apurou, o
prefeito mandou um recado
aos tucanos que têm cargo na
sua administração: evitar que o
grupo de Alckmin deixe a reunião do diretório hoje com uma
vitória quase unânime.
Nas contas dos tucanos, o ex-governador está em vantagem
no número de apoiadores, mas
sua margem de manobra é pequena e poderá sofrer abalos
caso Serra entre pessoalmente
no corpo-a-corpo com os
membros do diretório. Aliados
de Alckmin acham improvável
que isso aconteça. Enquanto
aguarda a reunião, ele cumpriu
agenda de candidato ontem.
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