São Paulo, terça-feira, 05 de maio de 2009

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Brasil cogitou mandar barcos para fazer cerco a Cuba na Guerra Fria

Encontro do CSN discutiu a possibilidade de a ilha lançar mísseis sobre o país

DA SUCURSAL DO RIO

As atas do Conselho de Segurança Nacional constituem uma espécie de crônica da Guerra Fria, a tensão que se estabeleceu a partir do fim da Segunda Guerra (1939-1945) com a divisão do mundo em áreas de influência entre as principais potências capitalista, os Estados Unidos, e comunista, a hoje extinta União Soviética.
Na 11ª sessão do CSN, em outubro de 1947, o presidente Eurico Gaspar Dutra conduziu o debate para o rompimento das relações diplomáticas com a URSS, atitude que nem os EUA, aliados do Brasil, tomaram.
A ata revela que o Brasil espionava a embaixada da URSS. Acreditava-se que havia espiões soviéticos que escondiam essa condição.
Outro episódio típico da Guerra Fria ocorreu na primeira reunião do CSN após o golpe de 1964. O objetivo era debater as relações com países que não reconheciam o novo Executivo brasileiro, em particular Cuba, cujo governo já anunciara seu "caráter socialista".
O chefe do Estado-Maior da Armada (Marinha), Levy Penna Aarão Reis, apresentou a hipótese de o Brasil enviar embarcações para participar de um cerco a Cuba.
O oficial reconheceu, entretanto, que seria "uma participação simbólica". Ele pareceu falar com seriedade ao sugerir que era "possível a utilização da ilha como uma plataforma para lançamento de mísseis de longo alcance sobre nosso país".
Participaram do encontro o então presidente, Castello Branco, os futuros presidentes Costa e Silva e Ernesto Geisel e o ex-candidato à Presidência (1954) Juarez Távora. (MM)


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