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CEARÁ
Ex-chefe de gabinete de Tasso, ele vê "armação" em denúncia de pistoleiro
Vice de Patrícia Gomes é acusado
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Candidato a vice-prefeito de
Fortaleza na chapa de Patrícia Gomes (PPS) e ex-chefe de gabinete
do governador do Ceará, Tasso
Jereissati, João Jaime Marinho
(PSDB) está sendo acusado por
um pistoleiro de ter sido cúmplice
da morte de seu próprio tio -o
prefeito de Acaraú, João Jaime
Ferreira Gomes.
Segundo sua assessoria e Patrícia Gomes, a acusação não passa
de uma ""armação" política.
O pistoleiro Francisco de Assis
Mendes Barbosa, conhecido como Pantico, afirmou em depoimento ao juiz Haroldo Máximo
que recebeu de João Jaime Marinho R$ 4.000 para assumir o crime e "desaparecer" durante seis
meses. O crime ocorreu em 98.
No depoimento, prestado na semana passada, Pantico disse que
foi sequestrado e coagido a aceitar
a ""encomenda".
Segundo o pistoleiro, um policial de nome Aloísio participou da
intimidação.
Ele teria dito a Pantico que "o
doutor João Jaime quer dar dinheiro para você assumir o crime
e desaparecer".
Deputados
A intenção do ex-chefe de gabinete seria, de acordo com Pantico,
incriminar "uns deputados".
No caso, os parlamentares envolvidos seriam o deputado estadual Manoel Duca da Silveira Neto (sem partido) e o deputado federal Aníbal Ferreira Gomes
(PMDB), dois parentes de João
Jaime Ferreira Gomes.
Até a denúncia do pistoleiro, os
dois eram apontados como os
principais suspeitos do crime.
Ambos negam.
João Jaime Marinho, além de ter
sido chefe de gabinete do governador, é casado com uma prima
de Tasso, Márcia Jereissati.
Segundo pesquisa Datafolha
publicada em 28 de maio, a candidatura de Patrícia, ex-mulher do
presidenciável Ciro Gomes, lidera
a corrida eleitoral em Fortaleza,
com 29%.
A segunda colocação aparecia
dividida entre dois candidatos: o
deputado federal Inácio Arruda
(PC do B) e o atual prefeito da capital cearense, Juraci Magalhães
(PMDB), o primeiro com 20%, e o
segundo com 19% dos votos.
Outro lado
Segundo a assessora de Marinho Kelly de Castro, as denúncias
não têm fundamentos e são eleitoreiras.
"O PMDB do atual prefeito está
"plantando" as informações na
imprensa local, que já mostrou de
que lado está", afirmou Kelly de
Castro.
Com a mesma opinião, Patrícia
Gomes, ao defender Marinho,
afirmou que "meia dúzia de canalhas está querendo denegrir a
imagem de um rapaz que é vítima
de tudo isso".
Para a polícia, a disputa entre as
alas da família em Acaraú, cidade
a cerca de 200 km de Fortaleza, é
provavelmente a causa da morte
do então prefeito da cidade.
Há 20 anos os dois grupos principais da família, o ligado ao prefeito morto e o ligado aos deputados Silveira Neto e Ferreira Gomes, se alternam no poder na cidade de Acaraú.
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