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Presidente do PT chora ao se defender na TV
DA REDAÇÃO
O presidente do PT, José Genoino, negou ter havido crime sobre
o fato de o publicitário Marcos
Valério Fernandes de Souza ter sido avalista de empréstimo de R$
2,4 milhões do banco BMG ao PT.
Genoino disse ainda, em entrevista ontem à noite ao programa
"Roda Viva", da TV Cultura, não
conhecer o publicitário quando
assinou o documento avalizando
o empréstimo.
No fim da entrevista, Genoino
se emocionou ao ser indagado sobre a tortura que sofreu durante o
regime militar. Genoino chorou
ao negar as acusações de que teria
delatado os seus companheiros
na guerrilha do Araguaia. As acusações foram feitas pelo militar da
reserva Lício Augusto Ribeiro em
sessão solene da Câmara realizada pelo deputado Jair Bolsonaro
(PP-RJ) no último dia 24.
O presidente do PT disse que
lembrar do que sofreu é um "processo dilacerante" e que até hoje
tem pesadelos com a tortura. Ele
qualificou de "baixaria anti-humana" (sic) a tentativa de legitimar a prática da tortura.
Ao dizer que "é duro viver" o
que ele viveu (sem poder "nem
gritar porque seus gritos são abafados pela parede, que é de isopor"), Genoino chorou.
Sobre o empréstimo, afirmou
ser co-responsável no episódio,
procurando preservar o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que
também assinou o documento de
empréstimo. No último domingo,
o petista havia responsabilizado
apenas o tesoureiro no episódio.
"Quando assinei [o documento
de empréstimo] era em confiança
ao Delúbio. Estava há dois meses
na presidência do partido. E já falei aqui que sou co-responsável".
"Não houve crime, não houve
ilegalidade, não houve influência
no governo. E ele [Valério] foi
avalista porque nossos bens individuais não eram suficientes [para o empréstimo]", explicou.
Apesar disso, ele afirmou que o
partido tinha dinheiro suficiente
para quitar suas dívidas. "O partido tinha orçamento, tem orçamento, tem condições de pagar
essa dívida. Nós pagamos os juros
dessa dívida em 2003 e 2004."
O petista disse que esse tipo de
procedimento, como ele ter assinado o documento sem ter lido e
sem perguntar quem seria Marcos Valério, "é normal no PT".
Sobre a atual crise política, o petista afirmou que o país vive uma
"crise política" e acusou o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de
"fantasiar" algumas denúncias.
Questionado sobre o fato de a
CPI dos Correios ser considerada
"chapa branca" por ser controlada por parlamentares da base
aliada, elogiou a condução do PT
e negou manipulação dos aliados
contra as investigações.
Apesar de dizer que a oposição
está cumprindo o papel dela na
CPI dos Correios, Genoino lembrou que o PT, quando era oposição ao governo, "não fez oposição
radical, raivosa e extremada".
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