São Paulo, terça-feira, 05 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Quebra de sigilos de agências pode apontar elo entre Valério e tucano

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A quebra judicial dos sigilos bancário e fiscal da DNA Propaganda e da SMPB Comunicação e do sigilo fiscal de sócios das agências poderá alcançar negócios de Marcos Valério Fernandes de Souza com políticos do PL e do PSDB, além das transações suspeitas com dirigentes do PT.
O sigilo foi quebrado pelo juiz Jorge Macedo Costa, da Justiça Federal em Belo Horizonte (MG). Também tiveram o sigilo fiscal quebrado Cristiano de Mello Paz, Ramon Hollerbach Cardoso, Renilda Santiago Fernandes de Souza, Francisco Marcos Castilho Santos, Margareth Queiroz Freitas e as empresas Graffiti Participações Ltda. e Holding Brasil S/A.
Ao atender a solicitação da Polícia Federal, o juiz baseou-se em relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) que juntou informações sobre transações imobiliárias efetuadas pelos envolvidos.
Segundo o relatório, a SMPB estaria envolvida em operações "não usuais" realizadas em 1998 com Clésio de Andrade (PL), atual vice-governador de Minas Gerais. Clésio e o então governador de Minas, o atual senador Eduardo Azeredo (presidente nacional do PSDB), são alvos de ação civil que tramita no Supremo Tribunal Federal, acusados de improbidade administrativa por transferir recursos de duas estatais para a SMPB sem licitação, conforme denunciou o Ministério Público Federal.
No Rio outra investigação apura operações com o IRB (Instituto de Resseguros do Brasil).
O advogado Edmar Cardoso diz que seu cliente Marcos Valério "não tem o que esconder, pois já havia oferecido a abertura de suas contas". Segundo ele, o Coaf "fez uma quebra de sigilo antecipada, ao informar no relatório os saques e retiradas".
Décio Freire, advogado de Clésio de Andrade, diz que a quebra do sigilo da Holding Brasil S/A não preocupa seu cliente: "A empresa não é mais dele desde 2003". "O que há é muita especulação."
Segundo a assessoria de Eduardo Azeredo, "o MPF alega suposta improbidade administrativa pelo fato de não ter havido licitação ou contrato administrativo no patrocínio. Não há exigência legal de licitação para patrocínio e a SMPB tinha a exclusividade de realização do evento".


Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Novas ligações: Líder do PMDB recua e diz conhecer Valério
Próximo Texto: PFL quer apurar o elo entre saques e votações
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.