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Orçamento do banco estatal para a área é de R$ 30 milhões para 12 meses
BNDES amplia verba do setor em 266%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) elevou neste ano a previsão de gastos com publicidade em
266%, com a aprovação de um orçamento recorde de R$ 30 milhões para a área, o maior de anos
recentes. Em 2004, o banco desembolsou apenas R$ 8,2 milhões
em publicidade.
Segundo o BNDES, a cifra prevista para 2005 inclui também os
três primeiros meses de 2006,
porque o contrato com as agências que atendem ao banco
-DPZ e Arcos (PE)- foi assinado em março e tem 12 meses de
validade, prorrogáveis pelo período máximo de quatro anos.
Até junho, o BNDES havia empenhado R$ 5,6 milhões do orçamento de R$ 30 milhões em duas
campanhas. Uma institucional,
feita pela DPZ, cujo objetivo é fixar a marca para pequenos e médios empresários, para quem o
banco quer emprestar mais.
Já a Arcos ficou com a campanha de cartão BNDES, destinado
a dar financiamento às pequenas
e médias empresas. Nesse caso, as
mídias utilizadas foram o rádio,
jornal e revista.
Quem decide
Pela estrutura do BNDES, a definição de gastos em cada ação de
propaganda fica a cargo da Gerência de Publicidade do banco,
subordinada ao Departamento de
Comunicação e Cultura. Juntos,
os dois órgãos liberam os pagamentos e fecham os contratos.
O Departamento de Comunicação, por sua vez, se reporta ao
chefe-de-gabinete da Presidência,
Élvio Gaspar, que repassa algumas questões relevantes da área
ao presidente Guido Mantega.
Todas as ações de marketing,
mídia e propaganda e seus conteúdos são acompanhadas pela
Secom (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica), cujo titular é o ministro Luiz
Gushiken. A Secom também participou da comissão de licitação
que escolheu as agências que cuidam da conta do BNDES.
Para compor a equipe que ajuda
a definir os rumos da publicidade,
comunicação e eventos da instituição, o presidente do BNDES,
Guido Mantega, que assumiu em
novembro de 2004, trouxe Celso
Marcondes, filiado ao PT e ex-presidente da Anhembi Turismo
na gestão de Marta Suplicy na
Prefeitura de São Paulo.
Ele foi nomeado em fevereiro
deste ano como assessor da presidência para a área de comunicação. É, segundo ele próprio, um
dos 18 assessores de fora dos quadros do banco contratados pela
atual direção. O BNDES tem cerca
de 2.000 funcionários.
A chefe do Departamento de
Comunicação e Cultura do
BNDES, Anna Varella, diz que a
decisão de investir mais em publicidade aconteceu durante o processo de reformulação da estrutura organizacional do BNDES, realizado no ano passado, sob a gestão do então presidente Carlos
Lessa. Na época, foi criado um
grupo de trabalho de comunicação para alterar a forma de o banco se comunicar com a sociedade.
O grupo entendeu que o banco
gastava pouco com publicidade.
O diagnóstico foi que, se quisesse
chegar a mais clientes potenciais,
especialmente em micros, pequenas e médias empresas, teria de
aumentar sua exposição.
Agências
Pelas regras do contrato celebrado com as agências, o BNDES
fica obrigado a repassar ao menos
25% da verba a uma das duas
agências vencedoras da licitação.
Criador da campanha do cartão
BNDES, o publicitário Antonio
Carlos Vieira Jr. considera que esse modelo "é ótimo", pois impede
a instituição de operar, na prática,
só com uma agência.
Diz ainda que o trabalho do corpo técnico do banco foi dos mais
rigorosos que já viu e que só venceu graças à proposta técnica.
Outro lado
Celso Marcondes disse que não
é "responsável pela publicidade"
do banco nem pela gestão dos recursos destinados à área. "Sou um
assessor geral de comunicação."
Sua missão, diz, é levar para a
área de comunicação do banco
sua experiência nas áreas de publicidade e eventos. Sobre seu
contato e do banco com a Secom,
disse que mantém relações com a
secretaria, pois esta acompanha o
trabalho de publicidade do banco.
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