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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/HORA DAS PROVAS
Comissão só vai investigar investimentos em títulos pós-fixados pelo IPCA e pelo IGP-M; justificativa é evitar instabilidade no mercado
CPI evita quebrar sigilos de fundos de pensão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
Um acordo entre governo e
oposição amenizou ontem as investigações na CPI dos Correios
sobre os fundos de pensão. A intenção é investigar uma das possíveis origens do dinheiro que abastecia o caixa dois do PT.
A proposta inicial do PFL era
quebrar o sigilo bancário dos dez
maiores fundos de pensão do
país, mas, em café da manhã ontem com o presidente da CPI, Delcídio Amaral (PT-MS), a medida
foi reduzida a um pedido de informações ao ministro Antonio Palocci (Fazenda), à Secretaria de
Previdência Complementar e aos
presidentes dos fundos.
O requerimento aprovado ontem se resume aos investimentos
dos fundos de pensão em títulos
pós-fixados pelo IPCA e pelo IGP-M. Os parlamentares querem saber as datas de emissão, de compra e de vencimento desses papéis, além da taxa de juros e o preço de compra. Não foram pedidas
informações sobre as aplicações
no Banco Rural e no BMG, consideradas atípicas pela oposição.
Os pefelistas negam que houve
recuo. "Queremos ver se esses títulos foram comprados com valores acima do mercado e também
rastrear esse dinheiro. O pedido
de informação é suficiente", disse
o líder do PFL, deputado Rodrigo
Maia (RJ). Há suspeita de desvio
de recursos através do pagamento
de comissão a corretoras. "Vamos
começar por aí, não podemos
abrir a porteira de uma vez", disse
Onyx Lorenzoni (PFL-RS).
A resistência dos petistas se deveria, segundo os próprios, ao temor de que a quebra de sigilo
bancário gerasse instabilidade no
mercado financeiro. "Os investimentos dos fundos são ativos da
escala de bilhões. Temos que ter
responsabilidade com a economia do país", disse o deputado
Maurício Rands (PT-PE).
O foco da CPI são 11 fundos:
Previ, Sistel, Funcef, Petros, Centrus, Real Grandeza, Eletros, Serpros, Postalis, Portus e Geap.
O presidente da Previ, Sérgio
Rosa, afirmou ontem que os fundos de pensão estão dispostos a
prestar qualquer esclarecimento
solicitado pela CPI, mas afirmou
ser contrário a uma "devassa generalizada" nas suas operações.
Rosa negou que os fundos de
pensão tenham negociado com o
presidente da Portugal Telecom a
venda da Telemig durante sua visita ao Brasil. O conselho de administração da Previ mostrou-se
favorável à venda da Telemig três
dias após o encontro do presidente da empresa com Lula em Brasília. "
(FERNANDA KRAKOVICS, CHICO DE GOIS, LEILA SUWWAN E JANAINA LAGE)
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