|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fundo confirma encontro com banco português
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de dirigentes de fundos de pensão viajou a Portugal,
em novembro último, a convite
do BES (Banco Espírito Santo). O
objetivo, segundo Guilherme Lacerda, presidente da Funcef (fundo de pensão dos funcionários da
Caixa Econômica Federal), foi conhecer a experiência em parcerias
público-privadas naquele país.
Além do dirigente da Funcef,
viajaram representantes da Previ
(Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Fapes (BNDES), Valia (Vale
do Rio Doce), Fusesc (Companhia de Desenvolvimento do Estado de SC), Previg (Sociedade de
Previdência Complementar) e
Sergus (Banco de Sergipe). Lacerda diz que o convite partiu de
Marcos Grillo, diretor do BES.
Em nota, a Funcef informa que
"o interesse em conhecer a experiência portuguesa se baseia na
atuação da Funcef na discussão
do projeto de lei das Parcerias Público-Privadas no Brasil, juntamente com outros fundos de pensão e investidores institucionais".
Lacerda nega ter sido um dos
articuladores dessa viagem. E
contesta as especulações de que
teria feito "lobby" para aproximar
dirigentes do BES com gestores de
fundos de pensão: "Não temos
nenhum negócio com o banco".
Lacerda diz que o escândalo do
"mensalão", que trouxe à tona o
episódio da visita de Marcos Valério ao grupo Portugal Telecom,
não terá efeitos nas relações com
os fundos de pensão: "Não tem o
que afetar, porque não aconteceu
nada. Não houve negócios".
"A relação que eu tenho com o
banco foi a partir da Funcef,
quando eles nos procuraram a
respeito de PPPs. Eu nem sabia
que o BES tinha ligação com a
Portugal Telecom. Só fiquei sabendo lá. Nossa discussão foi só
sobre fundos de pensão", diz.
"Nunca houve encontro antes
da viagem", diz. O presidente da
Funcef confirma que, meses depois da viagem, participou de um
jantar, no Rio de Janeiro, com o
presidente do BES, Ricardo Salgado, a convite de Marco Aurélio
Grillo e Paulo Vasconcellos, diretores do banco. "Jantamos, não
houve mais nada. Não temos nenhum relacionamento", diz.
Filiado ao PT desde 1983, Lacerda atuou nas campanhas presidenciais de Lula em 1989 e 1994
como membro do grupo de economistas do partido. Ligado ao
mesmo grupo político de José
Dirceu, nega que tenha sido indicado para o cargo pelo ex-ministro: "Essa relação política é uma
referência. Entenderam que eu
era uma pessoa capacitada".
O presidente da Funcef diz que
não conhece Marcos Valério.
"Quem me convidou para o
Funcef foi Jorge Mattoso, presidente da Caixa Econômica Federal, que foi meu professor em
Campinas. Participei das outras
campanhas do Lula como economista. Fui convidado, evidentemente, pelo padrão técnico e pela
confiança política".
(FREDERICO VASCONCELOS)
Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Hora das provas: CPI evita quebrar sigilos de fundos de pensão Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Guerra na CPI: Petista acusa Serra de ter caixa 2 em 2002 Índice
|