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Senador acompanha ataques contra ele na tribuna
Antonio Cruz/ABr
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Pedro Simon (PMDB) eMercadante (PT) na reunião de líderes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois do clima de guerra da
véspera, o Senado teve ontem
um dia menos beligerante, mas
ainda marcado por discursos
duros da oposição pedindo a renúncia de José Sarney (PMDB-AP). Presidindo a sessão, ele
prometeu responder hoje a todas as acusações.
O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), foi o mais incisivo
nas cobranças. A pedido de colegas de bancada, porém, moderou no tom de espetáculo de
seus últimos discursos.
Mesmo assim, chegou a fazer
insinuações sobre o patrimônio
de Sarney. "Vossa Excelência é
um homem de posses, ao contrário do meu pai, que morreu
pobre. Vossa Excelência é um
homem de posses e chegou
com meu pai junto à Câmara
dos Deputados", afirmou Virgílio, dirigindo-se a Sarney.
Virgílio terminou sua fala pedindo que Sarney renuncie ao
cargo de presidente. "Senador
José Sarney, case-se com a sua
biografia. Este mandato de presidente da Casa representa nada para Vossa Excelência."
Anteontem, na volta do recesso, os ânimos estavam mais
acirrados por conta de mais um
discurso inflamado de Pedro
Simon (PMDB-RS), que defendia o afastamento de Sarney da
presidência. Ele foi atacado pelo líder da própria bancada, Renan Calheiros (AL), e pelo senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL).
Ontem, Sarney acompanhou
todos os discursos contra ele
presidindo a sessão. Em seguida, ele circulou pelo plenário da
Casa, e conversou com os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e José Agripino Maia
(DEM-RN), que havia discursado pedindo a sua renúncia.
A Agripino Sarney pediu para
agir com o coração. Ao receber
uma resposta negativa, sob a
alegação de que ele personifica
a crise da Casa, disse: "Não serei desmoralizado". "Eu não
matei, não furtei, não cometi
nenhum ilícito", completou.
O senador havia programado
fazer seu discurso ontem.
Adiou para que sua fala coincida com a reunião do Conselho
de Ética, que irá analisar as representações contra ele.
O clima de ontem pode não
se repetir nos próximos dias,
caso se confirme a promessa do
presidente do conselho, Paulo
Duque (PMDB-RJ), de arquivar as denúncias antes mesmo
que seja aberto o processo.
Pela manhã, representantes
dos cinco partidos que pedem a
saída de Sarney da Presidência
do Senado -PSDB, DEM, PT,
PDT e PSB- chegaram a cogitar divulgar uma nota conjunta.
No entanto, a ideia foi abandonada ao longo do dia, principalmente em razão da discordância do PT.
(FABIO ZANINI, ANDREZA MATAIS e VALDO CRUZ)
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