São Paulo, quinta-feira, 05 de setembro de 2002

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CASO SUDAM

Justiça inicia hoje depoimentos de envolvidos

Réu deve reafirmar acusações contra Jader no projeto Usimar

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O principal acusador do ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA), Amauri Cruz dos Santos, deve manter hoje, em interrogatório à Justiça Federal em Curitiba, a acusação de que o ex-senador recebeu cerca de R$ 8,8 milhões de "comissão" pela liberação do projeto Usimar na extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). Santos será um dos oito réus paranaenses do caso Usimar a serem interrogados hoje e amanhã na 1ª Vara Federal Criminal de Curitiba.
O advogado de Santos, Fausto Pereira de Lacerda Filho, informou ontem que seu cliente vai manter o teor do depoimento à Polícia Federal e à força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) no Tocantins.
"Ele não vai mudar absolutamente nada do que disse em depoimento no Tocantins", afirmou Lacerda Filho. À força-tarefa e à PF, Santos disse que negociou o projeto da indústria de autopeças de São Luís diretamente com o ex-senador. Também afirmou que entregou a prepostos indicados por Jader os valores correspondentes a 20% do que foi liberado pela Sudam.
O ex-senador tem negado as acusações. Segundo sua assessoria, Jader considera "extravagantes" e "fantasiosas" as denúncias do caso Usimar contra ele.
O depoimento do lobista embasou a denúncia de desvios de recursos do projeto Usimar que os procuradores federais apresentaram à Justiça Federal no Tocantins, no início de agosto.
A denúncia resultou em processo contra 25 envolvidos no caso. A maioria responde por crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Jader e o marido da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PFL), Jorge Murad, encabeçam a lista dos processados.
O projeto da indústria de autopeças Usimar, em São Luís, foi aprovado em reunião do Conselho Deliberativo da Sudam em dezembro de 1999. Orçado inicialmente em R$ 1,3 bilhão, o projeto foi interrompido em meados de 2000 depois de receber R$ 44,1 milhões da Sudam. A indústria não saiu do papel. O Ministério Público suspeita que a maior parte do dinheiro foi desviada.


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