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CASO SUDAM
Justiça inicia hoje depoimentos de envolvidos
Réu deve reafirmar acusações contra Jader no projeto Usimar
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O principal acusador do ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA), Amauri Cruz dos Santos, deve manter hoje, em interrogatório
à Justiça Federal em Curitiba, a
acusação de que o ex-senador recebeu cerca de R$ 8,8 milhões de
"comissão" pela liberação do projeto Usimar na extinta Sudam
(Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). Santos
será um dos oito réus paranaenses do caso Usimar a serem interrogados hoje e amanhã na 1ª Vara
Federal Criminal de Curitiba.
O advogado de Santos, Fausto
Pereira de Lacerda Filho, informou ontem que seu cliente vai
manter o teor do depoimento à
Polícia Federal e à força-tarefa do
MPF (Ministério Público Federal)
no Tocantins.
"Ele não vai mudar absolutamente nada do que disse em depoimento no Tocantins", afirmou
Lacerda Filho. À força-tarefa e à
PF, Santos disse que negociou o
projeto da indústria de autopeças
de São Luís diretamente com o
ex-senador. Também afirmou
que entregou a prepostos indicados por Jader os valores correspondentes a 20% do que foi liberado pela Sudam.
O ex-senador tem negado as
acusações. Segundo sua assessoria, Jader considera "extravagantes" e "fantasiosas" as denúncias
do caso Usimar contra ele.
O depoimento do lobista embasou a denúncia de desvios de recursos do projeto Usimar que os
procuradores federais apresentaram à Justiça Federal no Tocantins, no início de agosto.
A denúncia resultou em processo contra 25 envolvidos no caso.
A maioria responde por crimes de
formação de quadrilha e lavagem
de dinheiro. Jader e o marido da
ex-governadora do Maranhão
Roseana Sarney (PFL), Jorge Murad, encabeçam a lista dos processados.
O projeto da indústria de autopeças Usimar, em São Luís, foi
aprovado em reunião do Conselho Deliberativo da Sudam em dezembro de 1999. Orçado inicialmente em R$ 1,3 bilhão, o projeto
foi interrompido em meados de
2000 depois de receber R$ 44,1
milhões da Sudam. A indústria
não saiu do papel. O Ministério
Público suspeita que a maior parte do dinheiro foi desviada.
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